Teresina, 21 de janeiro de 2025
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Deportação em massa nos EUA: 1 milhão por ano, diz Trump

mugshot do ex-presidente norte-americano Donald Trump
Donal Trump. Foto: Fulton County Sheriff's Office/Divulgação

O governo Trump dá início às deportação em massa, prometendo expulsar até 1 milhão de imigrantes ilegais por ano. Com impacto direto na segurança nacional, economia e direitos humanos, as novas políticas de imigração nos EUA já estão gerando reações globais e preocupações entre imigrantes e defensores de direitos civis. A medida, que representa mais do que o dobro do maior número de deportações já registradas nos Estados Unidos, tem gerado intensos debates dentro e fora do país. A expectativa é que as operações comecem imediatamente após sua posse, destacando um plano ambicioso e polêmico de endurecimento das políticas de imigração.

Apoio e críticas às deportações no Governo Trump

Uma pesquisa recente realizada pelo The New York Times e o instituto Ipsos revelou que 55% dos americanos apoiam a deportação em massa de imigrantes ilegais. Entre os defensores, o argumento mais comum é a garantia de segurança nacional e a preservação de empregos para cidadãos americanos.

No entanto, críticos alertam para as potenciais consequências humanitárias e econômicas. A separação de famílias, a deportação de trabalhadores essenciais e as tensões diplomáticas com países vizinhos estão entre as preocupações mais urgentes. Especialistas preveem impactos negativos em setores como agricultura, construção civil e serviços, que dependem fortemente de mão de obra imigrante.

Custos e logística das operações de imigração em massa

Implementar um programa de deportação dessa magnitude exigirá um esforço logístico e financeiro sem precedentes. O custo estimado para deportar os cerca de 13 milhões de imigrantes ilegais que residem atualmente nos EUA gira em torno de US$ 968 bilhões ao longo de uma década. Além disso, será necessário expandir o número de agentes de imigração, construir mais centros de detenção e contratar juízes de imigração para lidar com o aumento no volume de casos.

Trump argumenta que o investimento inicial será compensado pela redução dos custos sociais associados à imigração ilegal, como assistência médica e educação. Contudo, economistas questionam se o impacto econômico negativo das deportações em setores-chave poderá anular esses benefícios.

Preocupações diplomáticas

Antes da posse, Trump participou de uma reunião com líderes de 11 países da América Latina e Caribe, incluindo México, Guatemala, Honduras e El Salvador, para discutir as políticas de deportação. Durante o encontro, os representantes alertaram sobre os desafios que os países de origem enfrentarão ao absorver o fluxo de deportados.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, criticou a abordagem unilateral de Trump e pediu diálogo:

“Defenderemos os direitos de nossos compatriotas e exigiremos que os Estados Unidos cumpram normas internacionais de proteção”, afirmou Donald Trump.

Organizações como o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) também manifestaram preocupação, enfatizando o risco de violações de direitos humanos e a necessidade de garantir tratamento digno aos deportados.

Setores afetados pelas deportações nos EUA

A comunidade imigrante nos Estados Unidos enfrenta um clima de incerteza e medo. Para brasileiros e outros latino-americanos indocumentados, o risco de deportação é uma ameaça constante. Muitos relataram estar reorganizando suas vidas, reduzindo aparições em público e buscando apoio de organizações comunitárias.

“Essa política nos coloca em uma situação de vulnerabilidade extrema. Não sabemos se nossos filhos voltarão da escola para encontrar seus pais em casa”, declarou uma mãe brasileira residente em Massachusetts.

A deportação em massa também levanta questões sobre os mecanismos de proteção para imigrantes que contribuíram com a economia e vivem há décadas no país. Ativistas pressionam por reformas migratórias que ofereçam um caminho para a legalização, em vez de deportações.

O plano de Trump é focar em criminosos

Trump prometeu priorizar a deportação de imigrantes com histórico criminal, medida apoiada por 87% dos americanos, segundo a pesquisa. Contudo, críticos apontam que as operações frequentemente incluem imigrantes sem antecedentes criminais, ampliando o alcance das políticas.

“Estamos nos preparando para ações que irão impactar milhões de pessoas, incluindo aquelas que vivem pacificamente há anos nos Estados Unidos”, afirmou um representante da organização Human Rights Watch.

Uma política que divide

Nesta terça-feira (21), Trump deve detalhar as primeiras ações de sua política de deportação em um discurso. Enquanto isso, estados com jurisdições que protegem imigrantes — como Califórnia e Nova York — já anunciaram resistência às medidas federais, criando um possível embate jurídico.

Governos estrangeiros também começam a se mobilizar. Países como Guatemala e El Salvador solicitam ajuda internacional para lidar com a reintegração de cidadãos deportados, enquanto o México insiste em negociações diretas com a Casa Branca.

As deportações em massa, anunciadas como uma solução para fortalecer a segurança nacional, colocam os Estados Unidos no centro de um debate global sobre imigração e direitos humanos. Embora a política seja amplamente apoiada por parte da população americana, seus impactos econômicos, sociais e diplomáticos podem trazer desafios duradouros para a administração Trump.

Com milhões de vidas em jogo, a implementação dessas políticas determinará não apenas o rumo do governo Trump, mas também a posição dos Estados Unidos no cenário internacional como defensor ou violador de direitos humanos.

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