Brasil, 4 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Aliados de Bolsonaro usam posse de Trump para atacar governo Lula

Eduardo e Michelle Bolsonaro estão nos EUA para a posse de Donald Trump. Evento é marcado por críticas ao governo Lula e reforço de alianças da direita.

A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, marcada para esta segunda-feira (20), tornou-se palco de articulações e discursos que ecoam críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os participantes está uma comitiva de parlamentares brasileiros liderada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que têm utilizado o evento para alfinetar a administração petista e reforçar alianças internacionais.

Representação polêmica

Impedido de viajar devido a medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro designou Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro para representá-lo na cerimônia. A decisão de enviar representantes à posse, somada às declarações de aliados, acendeu debates sobre o impacto político dessa participação no cenário nacional.

O deputado Eduardo Bolsonaro aproveitou sua estadia nos EUA para encontrar-se com o presidente argentino Javier Milei, aliado político da direita latino-americana. Em uma publicação nas redes sociais, Eduardo elogiou Milei e sua irmã Karina, destacando a suposta sintonia entre os líderes conservadores e o impacto positivo que esperam gerar.

Críticas ao governo Lula

Milei, durante um baile de gala anterior à posse, lamentou a ausência de Jair Bolsonaro, responsabilizando o “regime de Lula” pela impossibilidade de sua participação. “É um grande amigo e lamento muito que o regime de Lula não o tenha deixado vir”, declarou o presidente argentino, em um discurso compartilhado por apoiadores nas redes sociais.

Michelle Bolsonaro, por sua vez, não poupou críticas à condução do caso contra o ex-presidente no Brasil. Ela reiterou que Bolsonaro “não cometeu nenhum crime” e refutou as especulações de que a tentativa de participar da posse seria um pretexto para escapar da Justiça. A ex-primeira-dama reforçou o discurso de perseguição política, argumentando que as medidas cautelares são excessivas.

Supremo em foco

O Supremo Tribunal Federal, por meio do ministro Alexandre de Moraes, negou o pedido de devolução do passaporte de Bolsonaro duas vezes na última semana. Moraes citou declarações anteriores do ex-presidente sobre a possibilidade de pedir refúgio em embaixadas no Brasil caso enfrentasse uma ordem de prisão, destacando o risco de fuga como justificativa para a negativa.

As restrições a Bolsonaro, incluindo a condenação à inelegibilidade até 2030, seguem como pontos de confronto entre o governo Lula e seus opositores. Os aliados do ex-presidente têm usado o caso para reforçar a narrativa de perseguição política e polarizar ainda mais o cenário político brasileiro.

Articulações Internacionais

A presença de cerca de 30 deputados e senadores na posse de Trump, incluindo nomes como Bia Kicis (PL-DF) e Gustavo Gayer (PL-GO), também evidencia o fortalecimento das conexões internacionais entre lideranças da direita. Durante o evento, declarações exaltaram valores comuns entre os participantes e críticas à esquerda, em um esforço para construir uma narrativa de união conservadora contra governos progressistas na América Latina.

Para analistas, a participação de aliados de Bolsonaro na posse de Trump é mais do que um gesto simbólico. É uma tentativa de projetar força política, reafirmar alianças globais e desviar o foco das investigações que envolvem o ex-presidente no Brasil. O gesto, contudo, também ressalta a fragilidade interna da oposição, que enfrenta desafios para consolidar um discurso coeso diante do avanço das políticas do governo Lula.

Com a atenção dividida entre os desdobramentos internacionais e os embates domésticos, a oposição ao governo Lula busca se posicionar como um contraponto ao petismo, utilizando a figura de Trump como inspiração e referência para a construção de uma agenda política voltada à direita.

A posse de Donald Trump vai além de uma cerimônia oficial. Para a oposição brasileira, é uma oportunidade de reforçar narrativas e alianças que buscam desafiar o governo de Lula. Enquanto isso, a ausência de Jair Bolsonaro no evento simboliza as limitações impostas pelas investigações em curso, evidenciando o delicado equilíbrio entre articulações políticas e as questões judiciais que pairam sobre o ex-presidente.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes