O Brasil registrou 38.075 assassinatos em 2024, representando uma redução de 6% em relação aos 40.712 homicídios contabilizados em 2023, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os números foram atualizados na plataforma do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) e refletem uma tendência de queda observada nos últimos quatro anos.
Os assassinatos incluem homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Desde 2020, quando o país registrou 45.522 mortes violentas, houve uma queda acumulada de 16%. Apesar disso, a violência ainda apresenta desafios significativos, com indicadores regionais mostrando variações no número de casos.
O levantamento também aponta que estados como Rio de Janeiro, Alagoas, Roraima e São Paulo não enviaram dados completos, o que pode influenciar na análise final dos números.
Mortes por intervenção policial
Além dos assassinatos, o relatório detalhou as mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP). Em 2024, as polícias mataram 6.028 pessoas, uma redução de 6% em relação às 6.399 mortes registradas em 2023. Já o número de agentes de segurança mortos permaneceu praticamente estável, com 192 vítimas em 2024, contra 191 no ano anterior.
Feminicídios e outros crimes
Os feminicídios apresentaram uma leve queda de quase 4%, totalizando 1.400 casos em 2024, frente aos 1.450 de 2023. Já os registros de estupro diminuíram 5%, com 78.395 denúncias, comparados a 82.191 no ano anterior. No entanto, o número de estupros cresceu expressivamente desde 2015, quando foram registrados 46.985 casos — um aumento acumulado de 67%.
Mais de 80% das vítimas de estupro são mulheres, evidenciando a necessidade de políticas públicas voltadas à proteção e prevenção da violência de gênero.
A redução nos assassinatos e nos índices de outros crimes violentos sugere que as políticas de segurança pública estão começando a surtir efeito. No entanto, a persistência de altos números de mortes violentas e crimes como estupros ainda desafia os esforços para melhorar a segurança no país.
“O declínio na violência é um indicador positivo, mas precisamos intensificar a análise dos fatores sociais e econômicos que alimentam a criminalidade. Uma abordagem integrada pode consolidar essa tendência de queda”, avaliou um especialista em segurança pública.
Apesar dos desafios, o governo federal reafirma o compromisso com a redução da violência e o fortalecimento das estratégias de segurança pública, visando consolidar os avanços recentes.