O general Braga Netto, que está preso no Rio de Janeiro desde o último sábado, deve prestar mais um depoimento à Polícia Federal (PF) nesta semana. O objetivo do novo interrogatório é avançar nas investigações sobre o suposto plano de golpe de Estado que visava reverter o resultado das eleições presidenciais.
Braga Netto e o avanço das investigações
De acordo com informações divulgadas, o nome do general surgiu em delações, incluindo a do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Segundo Cid, Braga Netto teria participado ativamente do esquema, inclusive com a entrega de recursos em dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as ações. O dinheiro teria origem em produtores rurais alinhados ao grupo, apontou a delação.
Detalhes sobre a prisão e as condições
Braga Netto está detido no Comando da 1ª Região Militar, no Rio de Janeiro, onde a cela conta com ar-condicionado, geladeira e banheiro. A prisão do general, uma figura de alta patente, gerou repercussão dentro e fora das Forças Armadas. O Exército Brasileiro tenta desvincular a imagem do comando militar do caso, ressaltando que Braga Netto já estava na reserva antes dos acontecimentos.
O batalhão onde ele se encontra teve a segurança reforçada e as visitas estão restritas, sendo autorizadas apenas com permissão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Foco das investigações e o papel de Mauro Cid
A Polícia Federal busca identificar todos os envolvidos no financiamento e execução do plano. A delação de Mauro Cid apontou uma rede que incluía militares e produtores rurais. O foco é esclarecer o papel de Braga Netto e outras figuras-chave no possível planejamento e alinhamento estratégico de ações para interferir na democracia.
Reações e repercussão nacional
O caso reacendeu o debate sobre o papel das Forças Armadas no cenário político brasileiro. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se manifestou publicamente, defendendo que os responsáveis sejam identificados e punidos, mas rechaçando qualquer generalização que atinja o setor agropecuário.
“Não podemos permitir que um setor essencial ao desenvolvimento do país seja associado a ações ilegais ou antidemocráticas”, declarou a FPA em nota.
Inquérito pode ter desdobramentos
Com o depoimento de Braga Netto previsto para os próximos dias, a expectativa é que a Polícia Federal aprofunde as investigações e esclareça os detalhes do caso. A prisão de figuras de alta patente como o general indica uma escalada no inquérito, que pode atingir outros nomes de peso do cenário político e militar.
O caso segue em sigilo, mas a mobilização das autoridades sinaliza um desfecho com forte impacto para o país.