Teresina, 16 de dezembro de 2024
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Trump quer Bitcoin como ativo de reserva e isso pode transformar o mercado financeiro global

Potenciais impactos da adoção do Bitcoin como reserva estratégica nos Estados Unidos
Bitcoin em alta, refletindo os impactos da proposta de Trump
Donald Trum quer reservas dos EUA em Bitcoin. Foto: Gage Skidmore

A possibilidade de o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, transformar o Bitcoin em um ativo de reserva estratégica está movimentando o mercado financeiro global. Se implementada, a proposta poderia não apenas revolucionar o papel do Bitcoin no sistema financeiro, mas também definir novos rumos para a economia mundial.

A proposta está fundamentada em duas frentes: a “Lei de Estabilização do Dólar”, que concede ao presidente poderes para proteger a moeda americana, e a Lei Bitcoin, apresentada pela senadora Cynthia Lummis, que sugere a aquisição de 200.000 BTC por ano pelo Tesouro dos EUA.

Ascensão do Bitcoin como ativo estratégico dos EUA tem forte impacto econômico no mundo

Se a proposta avançar, os Estados Unidos poderiam adquirir até 1 milhão de BTC em cinco anos, retirando de circulação cerca de 5% do total de 21 milhões de unidades existentes. Isso limitaria ainda mais a já escassa oferta da criptomoeda, amplificando seu valor.

Segundo o modelo stock-to-flow, que relaciona a escassez de um ativo ao seu preço, o Bitcoin poderia alcançar valores inéditos. Perianne Boring, fundadora da Digital Chamber, prevê que o preço da criptomoeda ultrapassará US$ 800.000 até o final de 2025, elevando sua capitalização de mercado para US$ 15 trilhões.

Mesmo projeções mais conservadoras, como a do analista PlanB, indicam que o BTC pode atingir US$ 500.000 em três anos. Já em cenários amplamente favoráveis, o preço pode chegar a US$ 1 milhão, transformando o Bitcoin em um dos ativos mais valiosos do mundo.

Efeito dominó pode fazer outros países seguirem os EUA

A adoção do Bitcoin como ativo de reserva pelos Estados Unidos poderia desencadear um movimento global. Outros países, como a Rússia, que já questiona a dependência de reservas em moedas estrangeiras, poderiam adotar estratégias similares. O presidente Vladimir Putin já apontou o Bitcoin como um ativo impossível de ser proibido e potencial alternativa ao dólar.

A crescente aceitação de criptomoedas por investidores institucionais reforça essa tendência. A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, já recomenda a alocação de 1% a 2% dos portfólios em Bitcoin. Caso essa orientação se amplie para ativos globais de reserva, estimados em US$ 900 trilhões, o valor do Bitcoin poderia atingir US$ 900.000 por unidade.

Riscos e desafios no horizonte

Apesar das perspectivas otimistas, a proposta de Trump não está livre de críticas. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, compara o Bitcoin ao ouro, enfatizando sua alta volatilidade e limitada funcionalidade como meio de pagamento. Ele argumenta que o Bitcoin não representa uma ameaça real ao dólar como moeda de reserva global.

Além disso, a implementação de uma reserva estratégica de Bitcoin enfrenta desafios regulatórios e políticos. A volatilidade do mercado, aliada à falta de consenso sobre o papel das criptomoedas na economia, pode dificultar a aprovação de medidas como a Lei Bitcoin.

A transformação do mercado financeiro

A eventual adoção do Bitcoin como ativo de reserva dos EUA marcaria uma nova era para as finanças globais. A proposta de Donald Trump reflete uma mudança estratégica significativa, posicionando os Estados Unidos na liderança do mercado de criptomoedas.

Se implementada, essa política pode transformar o Bitcoin em um ativo central no sistema financeiro global, ampliando sua adoção e impulsionando sua valorização. Contudo, as implicações de longo prazo — desde a estabilidade econômica até as questões geopolíticas — ainda são incertas.

A decisão de Trump pode ser o catalisador de uma mudança histórica ou um experimento arriscado. Seja qual for o desfecho, o Bitcoin está mais perto de consolidar seu papel como um dos ativos mais relevantes do século XXI.

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