O Maranhão é o estado brasileiro com a maior proporção de moradores vivendo em imóveis próprios, segundo os dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo IBGE. No estado, 78,9% da população reside em casas próprias, incluindo imóveis quitados, herdados ou ainda em pagamento, superando a média nacional de 72,7%.
O levantamento reflete uma forte tradição de posse residencial na região, apesar dos desafios econômicos que afetam grande parte dos maranhenses. O percentual é significativamente superior ao de estados como Goiás, que possui o menor índice do país (49,8%), e à média do Centro-Oeste, região com o maior mercado de aluguéis.
Baixo percentual de aluguéis e moradias cedidas
No Maranhão, a proporção de moradores que vivem em imóveis alugados é uma das menores do Brasil, com apenas 11,6% da população, enquanto a média nacional é de 20,9%. Além disso, o percentual de residências cedidas ou emprestadas também é relativamente baixo, somando 6,4% das moradias no estado.
Essa realidade contrasta com estados como o Distrito Federal, onde 30,1% da população vive de aluguel, ou Mato Grosso do Sul, que lidera em residências cedidas, com 8,8%.
Tradição e desafios habitacionais
Especialistas apontam que a alta taxa de posse residencial no Maranhão está relacionada a fatores históricos e culturais. A predominância de áreas rurais e a construção de imóveis por autogestão, muitas vezes com recursos próprios ou em terrenos familiares, contribuem para o número expressivo de casas próprias.
Entretanto, os números também revelam um desafio: grande parte dessas residências está localizada em áreas rurais ou urbanas com infraestrutura precária. Apesar de serem próprias, muitas moradias ainda carecem de saneamento básico e serviços essenciais, apontando para a necessidade de políticas públicas que melhorem a qualidade das habitações no estado.
Comparações regionais e nacionais
A posição do Maranhão como líder na posse de imóveis próprios se reflete em um contexto regional. O Nordeste, onde o estado está inserido, apresenta uma média de 71,5% de moradores em casas próprias, enquanto a média nacional é de 72,7%. A região também tem o segundo menor índice de aluguel entre as Grandes Regiões do país, com 17,2%.