Teresina, 9 de dezembro de 2024
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Banco Central eleva Selic para 11,25%; Copom reage a pressões inflacionárias com novo aumento nos juros

Com alta do dólar e inflação acima da meta, mercado financeiro antecipa novos ajustes na taxa básica para conter a pressão de preços no Brasil.

Brasília – Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 5 e 6 de novembro de 2024, o Banco Central anunciou um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, agora fixada em 11,25% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade entre os membros do comitê, marca o segundo ajuste consecutivo para cima após uma série de cortes iniciada em 2022.

A medida responde a uma série de pressões econômicas que ameaçam a estabilidade de preços no Brasil. O cenário inclui a alta recente do dólar e os impactos adversos da seca, que elevam os preços de energia e alimentos. Esses fatores resultaram numa revisão das expectativas de inflação: o último boletim Focus elevou a projeção para 2024 para 4,59%, ultrapassando o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Expectativas do Mercado

A decisão já era aguardada por boa parte dos analistas, com 94% dos especialistas consultados prevendo o ajuste de 0,5 ponto percentual. Essa previsão reflete as expectativas de que o Copom mantenha uma postura vigilante e continue a avaliar a evolução da inflação e as condições econômicas antes de novos ajustes. Analistas preveem, inclusive, que a Selic pode chegar a 11,75% ao ano até o fim de 2024.

“Essa elevação indica uma tentativa de conter o crescimento da demanda e estabilizar a economia num ambiente de pressões externas e internas significativas”, avalia Marina Souza, economista do Instituto Brasileiro de Economia. Ela destaca que, embora o aumento da Selic impacte o custo do crédito, também serve para reforçar a poupança interna, ajudando a atenuar o impacto inflacionário.

O que está em jogo?

Com o aumento da Selic, o Banco Central visa esfriar a demanda e conter a inflação. A estratégia de aumentar a taxa básica de juros torna o crédito mais caro, desincentiva o consumo e, por consequência, atua para moderar a pressão sobre os preços. No entanto, o próprio Copom ressalta que qualquer ajuste futuro dependerá da conjuntura econômica e da inflação, demonstrando que adota uma postura flexível diante de um ambiente em constante mudança.

Este segundo ajuste sinaliza ao mercado uma preocupação com o equilíbrio econômico em meio às adversidades. Resta agora acompanhar se as medidas terão o efeito esperado e se novos aumentos serão necessários nas próximas reuniões do comitê.

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