Valência – A visita do rei da Espanha Felipe VI e da rainha Letícia a Valência neste domingo, em solidariedade às vítimas das enchentes devastadoras que já causaram a morte de pelo menos 217 pessoas, foi marcada por intensos protestos e tensão. Recebido com hostilidade pelos moradores de uma das áreas mais afetadas, o casal real foi alvo de lama, ovos e outros objetos arremessados pela multidão. A comitiva foi rapidamente protegida por guarda-chuvas e escoltada pelas equipes de segurança, e a visita foi encurtada em meio à revolta da população.
Os protestos também tiveram como alvo o primeiro-ministro Pedro Sánchez e o governador de Valência, Carlos Mazon, que se retiraram do local após o início dos tumultos. Moradores locais, indignados com a resposta das autoridades à tragédia, expressaram sua frustração com gritos de “assassino” e “fora”, criticando a falta de alertas preventivos e o que consideram uma gestão falha da crise.
Respostas do governo e clima de insatisfação
Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro Pedro Sánchez afirmou entender a frustração dos moradores, mas classificou os atos de violência como “marginais”. No entanto, a declaração foi recebida com desconfiança pela população, que acusa as autoridades de não terem respondido à altura da gravidade da situação. A percepção é de que a tragédia poderia ter sido minimizada com alertas mais eficientes e medidas preventivas adequadas, intensificando as críticas à atuação governamental.
Catástrofe histórica e impacto nas regiões afetadas
As enchentes em Valência já são descritas como as piores da história moderna da Espanha e as segundas mais letais da Europa nas últimas cinco décadas. Com bairros inteiros submersos e vastas áreas rurais devastadas, milhares de pessoas estão desabrigadas e a infraestrutura local sofreu danos extensos. As ruas permanecem cobertas de lama e escombros, dificultando os trabalhos de resgate e o retorno à normalidade.
Demandas por mudanças na gestão de crises
Com a população ainda em choque, cresce o clamor por medidas concretas para apoiar as regiões atingidas. A expectativa é que o governo espanhol anuncie nos próximos dias um pacote de ações para auxiliar os afetados e reconstruir as áreas danificadas. Os protestos em Valência, porém, servem como um forte alerta sobre a insatisfação com a capacidade de resposta a desastres no país, ressaltando a urgência de melhorias nos sistemas de alerta e na preparação para enfrentar catástrofes.