Rio de Janeiro – Após seis anos de investigação, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou, nesta semana, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Lessa recebeu a pena de 78 anos de prisão, enquanto Élcio foi condenado a 59 anos pelo crime que, em 2018, chocou o país e gerou ampla repercussão nacional e internacional.
A condenação é considerada uma vitória parcial pelas famílias das vítimas, que aguardam respostas sobre os mandantes do crime, ainda não identificados. Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, afirmou que a sentença dos executores representa um passo importante, mas destacou que a luta pela justiça está longe de ser concluída enquanto os responsáveis pela ordem do assassinato não forem punidos.
Em uma declaração pública, Mônica Benício, viúva de Marielle e vereadora do Rio de Janeiro, expressou que a condenação simboliza um avanço contra a impunidade e reforça a importância de justiça em casos de grande repercussão. No entanto, ela e outras lideranças pedem a identificação dos autores intelectuais do crime, que teria ligações com a atuação de milícias e interesses políticos na cidade.
As investigações apontam para os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão como suspeitos de envolvimento no crime. Ex-vereador e deputado federal, respectivamente, os irmãos são investigados por possíveis desavenças políticas com Marielle, que propôs o Projeto de Lei 174/2016 para a regularização fundiária na zona oeste do Rio, região de interesse das milícias locais. As autoridades também investigam o ex-delegado Rivaldo Barbosa, acusado de tentar obstruir a apuração dos fatos, o que reforça a complexidade do caso.
Com a prisão de Lessa e Élcio, familiares de Marielle e Anderson esperam que o processo investigativo avance sobre os mandantes, acreditando que somente assim o caso estará realmente encerrado.