Moscou – O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que Estados Unidos e Rússia estão à beira de um conflito militar direto, em uma declaração que reflete o nível crítico das tensões entre as duas potências. A fala de Lavrov, divulgada em entrevista a um jornal turco, ocorre poucos dias antes das eleições presidenciais americanas e traz à tona preocupações sobre o impacto da política externa dos EUA no agravamento das relações bilaterais. Lavrov acusou o presidente Joe Biden de fomentar uma “espiral de russofobia”, que estaria contribuindo para o crescente desgaste diplomático entre Moscou e Washington.
Eleições americanas e a posição de neutralidade da Rússia
Ao ser questionado sobre o efeito das eleições presidenciais dos EUA na relação com a Rússia, Lavrov afirmou que o resultado não traria grandes mudanças para Moscou, mantendo uma posição de neutralidade em relação aos candidatos. Ele relembrou que, apesar de seu suposto apreço por Vladimir Putin, o ex-presidente Donald Trump impôs sanções históricas contra a Rússia durante seu mandato, o que evidenciou, segundo o ministro, um distanciamento entre os interesses das duas lideranças. Lavrov enfatizou que a relação entre Trump e Putin foi “deliberadamente ambígua”, sem implicar um alinhamento real.
Campanhas de desinformação
A recente acusação da Microsoft sobre o uso de agentes russos em operações de desinformação adiciona um novo capítulo às já delicadas relações bilaterais. Em setembro, a empresa relatou uma intensificação de ações russas com o objetivo de minar a campanha da candidata democrata Kamala Harris. Especialistas apontam que a disseminação de teorias conspiratórias amplifica a interferência estrangeira no processo eleitoral americano e acirra a desconfiança entre os países.
Rumo a um conflito direto?
As declarações de Lavrov e o cenário geopolítico indicam uma escalada de hostilidades entre Estados Unidos e Rússia, envolvendo sanções, tensões políticas e interferência eleitoral. Com as eleições americanas iminentes, cresce o temor de que as potências tomem medidas de contenção mais extremas, o que preocupa a comunidade internacional. O risco de um embate direto é reforçado pela intensificação das sanções e pela retórica hostil, gerando um cenário de possível conflito que ameaça a estabilidade global.