O Piauí registrou um aumento preocupante de quase 20% nos casos de tuberculose em 2024, segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado (SESAPI). O crescimento acendeu um alerta entre as autoridades de saúde, que agora reforçam a necessidade de conscientização da população sobre a doença, que ainda persiste como um desafio de saúde pública, especialmente em áreas vulneráveis.
A supervisora de Tuberculose da SESAPI, Ivone Venâncio, afirmou que esse aumento pode estar relacionado a uma combinação de fatores, como o diagnóstico tardio e o abandono do tratamento. A tuberculose é uma doença infecciosa grave, causada por uma bactéria que ataca principalmente os pulmões, mas que pode afetar outras partes do corpo. Embora curável, o tratamento deve ser seguido corretamente para evitar complicações e a propagação da infecção.
Fatores que contribuíram para o aumento
A supervisora explicou que, apesar dos esforços para conter a tuberculose, ainda há barreiras, como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e a falta de conscientização sobre a importância do tratamento completo. “A tuberculose tem cura, mas é fundamental que os pacientes sigam o tratamento até o fim, que dura em média seis meses. O abandono é um dos grandes problemas que enfrentamos”, ressaltou Ivone.
A pandemia de COVID-19 também foi mencionada como um fator que prejudicou o acompanhamento adequado de pacientes com tuberculose, levando à descontinuidade de tratamentos e ao aumento de novos casos. Agora, as autoridades de saúde trabalham para retomar os programas de controle e prevenção, intensificando a busca ativa de novos casos e promovendo campanhas de conscientização.
O perfil dos casos
Grande parte dos casos de tuberculose no estado está concentrada em áreas urbanas e periféricas, onde as condições de vida precárias e a falta de acesso a serviços básicos favorecem a disseminação da doença. Entre os grupos mais vulneráveis estão pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade e populações com baixa imunidade, como portadores de HIV.
Eugênia Reis, moradora do bairro São Pedro, relatou sua experiência com a doença. “Eu fui diagnosticada com tuberculose no ano passado e, graças ao tratamento, consegui me curar. É importante não desistir do tratamento, mesmo que os sintomas melhorem”, contou. Seu testemunho reflete a importância de seguir as orientações médicas para garantir a cura completa e evitar recaídas ou a transmissão a outras pessoas.
Medidas de prevenção e controle
Diante desse aumento expressivo, a SESAPI reforçou a necessidade de ampliar as ações de diagnóstico e tratamento. As unidades de saúde de todo o estado estão intensificando as campanhas de vacinação e promovendo exames para detecção precoce da tuberculose, especialmente nas áreas mais afetadas.
Ivone Venâncio destacou a importância de a população ficar atenta aos sintomas da tuberculose, que incluem tosse persistente por mais de três semanas, febre, suor noturno e perda de peso. “A pessoa com esses sintomas deve procurar uma unidade de saúde o quanto antes para realizar o teste e, se necessário, iniciar o tratamento o quanto antes”, explicou.
Além disso, as autoridades estão focadas em reduzir o abandono do tratamento, uma das principais causas da propagação da tuberculose. A supervisora salientou que o tratamento gratuito está disponível em todas as unidades de saúde e que os profissionais estão preparados para acompanhar os pacientes de perto, garantindo que eles completem o ciclo de medicação.
Com informações da TV Antares
