Uma nova pesquisa divulgada pela Reuters/Ipsos mostra que a vice-presidente Kamala Harris está à frente de Donald Trump na corrida presidencial de 2024, com 46% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente republicano segue logo atrás, com 43%. Apesar da vantagem numérica de Harris, o cenário permanece tecnicamente empatado dentro da margem de erro, o que reflete a acirrada polarização política que domina o cenário eleitoral dos Estados Unidos.
O resultado da pesquisa destaca o equilíbrio entre as campanhas, mostrando que, mesmo com as controvérsias e desafios que enfrenta, Trump mantém uma base sólida de eleitores, enquanto Harris tenta consolidar sua liderança, expandindo seu apoio em setores decisivos do eleitorado. Ambos os candidatos precisam intensificar suas estratégias nas próximas semanas, especialmente nos chamados “swing states” – estados que historicamente oscilam entre democratas e republicanos e que frequentemente decidem o resultado das eleições presidenciais.
A importância dos estados decisivos
Nos Estados Unidos, a eleição presidencial é decidida por meio do Colégio Eleitoral, e não pelo voto popular direto. Isso significa que conquistar a maioria dos votos em estados-chave, como Flórida, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Arizona, e Geórgia, pode ser decisivo para garantir a vitória. Esses estados, que muitas vezes têm eleitorados divididos entre democratas e republicanos, são conhecidos por sua capacidade de mudar o resultado da eleição com base em pequenos deslocamentos de votos.
A pesquisa aponta que Kamala Harris tem conseguido avançar em alguns desses estados, mas Donald Trump continua competitivo, o que torna a disputa ainda mais imprevisível. Em estados como Flórida e Pensilvânia, por exemplo, a diferença entre os dois candidatos é mínima, e qualquer variação no comportamento dos eleitores pode mudar o rumo da eleição.
Na Flórida, Trump venceu tanto em 2016 quanto em 2020, consolidando uma base fiel, principalmente entre eleitores mais conservadores e latinos de inclinações republicanas. Já na Geórgia, que surpreendeu ao votar em Joe Biden em 2020 após décadas de apoio aos republicanos, Kamala Harris está focada em manter a coalizão que levou os democratas à vitória no estado. A manutenção desses estados é vital para ambos os candidatos, que sabem que a conquista do Colégio Eleitoral passa, necessariamente, pela vitória nesses locais.
Estratégias de campanha e polarização
A pesquisa Reuters/Ipsos reflete um cenário de alta polarização. Trump continua com forte apoio entre eleitores mais conservadores, enquanto Harris busca capitalizar em questões sociais, econômicas e de saúde pública que ganharam força durante o governo Biden. As diferenças ideológicas são claras: Trump se apresenta como o defensor dos valores tradicionais e da liberdade econômica, enquanto Harris aposta em uma plataforma voltada para a justiça social, igualdade e progresso ambiental.
Para Harris, o desafio é mobilizar o eleitorado jovem, as minorias raciais e as mulheres – grupos que tendem a votar mais fortemente nos democratas, mas que, por vezes, apresentam menor participação nas urnas. Para Trump, o foco está em manter sua base leal de eleitores brancos, cristãos evangélicos e trabalhadores da classe média do interior do país, além de tentar conquistar uma parcela de latinos e afro-americanos que se identificam com suas políticas econômicas e anti-imigração.
Ambos os candidatos estão de olho nos eleitores indecisos e nos independentes, que podem fazer a diferença em estados decisivos. Para isso, as campanhas intensificaram seus esforços em comícios, debates, publicidade e ações nas redes sociais, tentando capturar o maior número possível de votos.
Margem de erro e expectativas para as próximas semanas
Embora Harris tenha uma pequena vantagem na pesquisa, o resultado está dentro da margem de erro, o que significa que a disputa continua totalmente indefinida. Especialistas apontam que o clima político nos próximos dias, os eventos mundiais e até mesmo os debates presidenciais finais podem alterar significativamente o panorama.
Além disso, o impacto de eleitores que ainda não definiram seu voto e a capacidade de mobilizar as bases de cada partido serão fatores cruciais para o desfecho da eleição. A expectativa é que os swing states sejam alvo de campanhas cada vez mais agressivas, à medida que a data da eleição se aproxima.