Teresina, 3 de dezembro de 2024
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Ministério da Justiça identifica 88 facções criminosas atuando nos presídios brasileiros

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais, concluiu um mapeamento que revelou a existência de 88 organizações criminosas operando dentro do sistema prisional brasileiro. O levantamento, que abrange o período desde o final de 2022 até o presente momento, expôs a expansão e sofisticação das facções que atuam no país, em especial o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

Domínio de facções nacionais e internacionais

O relatório destaca o PCC e o CV como as facções mais poderosas, com alcance nacional e forte influência no tráfico internacional de drogas e armas. O PCC, com sede em São Paulo, domina amplamente o sistema prisional do estado e suas atividades criminosas movimentam cerca de 1 bilhão de dólares por ano (aproximadamente R$ 5,6 bilhões). O grupo também tem participação em atividades de lavagem de dinheiro, inclusive com contratos suspeitos no setor de transporte público de São Paulo.

Facções no Nordeste e novas rotas de tráfico

O estado da Bahia aparece como o mais afetado pela presença de facções, com 21 grupos identificados. Além disso, o PCC tem fortalecido sua aliança com criminosos baianos para explorar rotas alternativas de tráfico internacional de drogas, utilizando o Porto de Salvador como ponto estratégico, diante da saturação de terminais como Santos (SP) e Rio de Janeiro.

Expansão internacional e diversificação de operações

O mapeamento também revela que o PCC está diversificando suas operações fora do país. Novas rotas estão sendo exploradas para destinos como Austrália e Hong Kong, em um esforço para escapar da crescente fiscalização das autoridades brasileiras. O uso dessas rotas reforça a sofisticação logística do grupo e o avanço das facções brasileiras no cenário global do tráfico.

Infiltração e preocupação governamental

As autoridades alertam para a infiltração das facções em diversas áreas do Estado brasileiro, sublinhando a gravidade da situação e a necessidade de uma resposta coordenada entre os entes federativos, acima de divergências políticas e ideológicas. A expansão dessas organizações criminosas tem ampliado os desafios enfrentados pelo sistema de segurança pública do Brasil, exigindo novas estratégias para combater a influência crescente dessas facções dentro e fora dos presídios

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