Teresina, 9 de setembro de 2024
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O Brasil se tornará inabitável em 50 Anos?

Algumas regiões do mundo, incluindo partes do Brasil, podem se tornar inabitáveis ​​nos próximos 50 anos devido ao aumento das temperaturas? Um estudo recente publicado na Science Advances alertou sobre essa possibilidade, delineando potenciais impactos na saúde humana e na infraestrutura. Ainda mais preocupante é que a região pós-Amazônia e o Rio de Janeiro podem experimentar temperaturas de bulbo úmido acima de 33ºC, levando a uma quebra dos mecanismos de regulação da temperatura do corpo humano. É hora de políticas fortes e proativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, proteger ecossistemas críticos, investir em infraestrutura adaptável e garantir a cooperação global para mitigar as ameaças representadas pelas mudanças climáticas.

As mudanças climáticas estão gerando previsões alarmantes para o futuro da habitabilidade global, e o Brasil não está imune a essas ameaças. Um estudo publicado na revista Science Advances em 2020 levantou a possibilidade de que certas regiões do mundo, incluindo partes do Brasil, possam se tornar inabitáveis devido ao aumento das temperaturas de bulbo úmido (TW). Este artigo examina essas previsões e seus impactos potenciais para o Brasil.

Entendendo a temperatura de bulbo úmido

A temperatura de bulbo úmido (TW) é uma medida que combina a temperatura do ar com a umidade relativa, utilizando um termômetro de bulbo úmido envolto em um pano molhado. Quando o ar passa pelo pano, a evaporação da água esfria o termômetro, resultando na temperatura de bulbo úmido, que considera tanto o calor quanto a umidade.

Importância para a saúde humana:

  • Regulação da Temperatura Corporal: A capacidade do corpo humano de regular sua temperatura depende da evaporação do suor. Acima de 35ºC de TW, o ar está tão saturado de umidade que o suor não consegue evaporar, tornando-se impossível para o corpo se resfriar.
  • Limite Crítico: A 35ºC de TW, a regulação da temperatura corporal se torna ineficaz, podendo levar a problemas graves de saúde, como insolação, hipertermia e falência de órgãos.

Projeções climáticas para o Brasil

Embora o estudo da Science Advances não mencione diretamente o Brasil, um post da NASA em março de 2022 identificou o país como um futuro hotspot climático, projetando sérios problemas de habitabilidade até 2070. Regiões como o Rio de Janeiro e partes da Amazônia podem enfrentar temperaturas de bulbo úmido entre 33.4ºC e 33.6ºC, perigosamente próximas do limite crítico de 35ºC.

Impacto nas regiões brasileiras:

  • Rio de Janeiro: A combinação de alta umidade e calor pode tornar a cidade uma das áreas mais vulneráveis. Eventos de alta TW mais frequentes podem tornar as condições de vida extremamente difíceis.
  • Amazônia: A floresta amazônica, já sob ameaça de desmatamento e degradação, pode sofrer ainda mais com o aumento da temperatura e mudanças nos padrões de precipitação, afetando a biodiversidade e as comunidades locais.

Regiões globais em risco

O estudo destaca várias regiões do mundo que estão particularmente vulneráveis ao aumento das temperaturas de bulbo úmido:

  • Sul da Ásia: Paquistão, Índia e o Delta do Rio Ganges são áreas críticas devido às altas temperaturas combinadas com umidade extrema.
  • Litoral do Oriente Médio: Países ao redor do Golfo Pérsico, como Kuwait e Emirados Árabes Unidos, já registram temperaturas próximas ao limite crítico.
  • Sudoeste da América do Norte: Regiões nos Estados Unidos e no México também estão em risco.
  • Sudeste Asiático e África Subsaariana: Países como Indonésia, Malásia e regiões do Sahel enfrentam condições climáticas extremas que podem se agravar.

Implicações para a saúde pública e infraestrutura

Com o aumento das temperaturas de bulbo úmido, o Brasil pode ver um aumento nas doenças relacionadas ao calor, como insolação e desidratação. Populações vulneráveis, como idosos e crianças, serão as mais afetadas. Para mitigar esses impactos, será necessário um investimento significativo em infraestrutura de resfriamento, como ar-condicionado, e em estratégias de adaptação, como mudanças nos horários de trabalho e atividades ao ar livre.

Necessidade de ação

Para evitar que essas projeções se concretizem, o Brasil precisa adotar políticas robustas de mitigação das mudanças climáticas, incluindo:

  • Redução das Emissões: Implementar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
  • Preservação das Florestas: Proteger e restaurar a Amazônia e outros ecossistemas críticos.
  • Adaptação: Investir em infraestrutura resistente ao clima e em estratégias de adaptação para proteger a população.
  • Cooperação Internacional: Trabalhar em conjunto com a comunidade global para enfrentar os desafios climáticos.

A ameaça das mudanças climáticas torna urgente a implementação de ações mitigatórias e adaptativas no Brasil. Com projeções indicando que grandes áreas do país podem se tornar inabitáveis nas próximas décadas, é crucial adotar políticas proativas e aumentar a conscientização sobre os riscos associados ao aumento das temperaturas de bulbo úmido.

A proteção da saúde humana e a garantia da sustentabilidade das comunidades dependem de uma resposta robusta e coordenada às mudanças climáticas.

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