O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, afirmou nesta segunda-feira (31) que a chance do governo Lula (PT) entregar o Ministério do Desenvolvimento Social ao Centrão é praticamente nula. A pasta, responsável pelo programa Bolsa Família, tem sido objeto de intensa especulação e desejo por parte dos partidos do Centrão, que estão em negociações para ampliar o espaço no governo em troca de apoio às pautas no Congresso Nacional.
“Acho que essa expectativa tende a zero. Isso aí não é um problema meu, mas a entrega de um ministério que tem a cara dele para um partido que não esteja, vamos dizer, que tenha mais história com a gente”, declarou Wagner aos jornalistas no Palácio do Planalto.
O Ministério, comandado pelo piauiense, senador Wellington Dias, do partido de Lula, vem enfrentando críticas dentro do governo e no Congresso Nacional, pela baixa quantidade de pautas positivas e por ter travado a liberação de emendas. Contudo, é evidente o compromisso do governo em manter a pasta nas mãos de Dias. A primeira-dama, Rosângela da Silva, também já expressou seu apoio, referindo-se ao ministério como o “coração do governo” em um vídeo gravado ao lado de Dias.
Presidente Lula já havia declarado publicamente sua intenção de manter a pasta e rejeitado qualquer interesse do Centrão sobre o ministério. “Esse ministério é um ministério meu. Esse ministério não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério”, afirmou em entrevista à TV Record no último dia 13.
O Ministério do Desenvolvimento Social possui um orçamento substancial de R$ 276 bilhões, mais do que Saúde e Educação, e é crucial para a implementação de políticas públicas voltadas para a população mais pobre do Brasil, um ponto-chave da agenda do governo Lula.
A decisão de não ceder o Ministério do Desenvolvimento Social ao Centrão é vista como uma demonstração de força e autonomia nas negociações com outros grupos políticos. Isso também reforça a mensagem de que o governo não está disposto a fazer concessões significativas em áreas essenciais de sua política, mesmo em face de pressões e negociações.
A rejeição do governo em entregar o Ministério ao Centrão reflete a complexa e muitas vezes tensa dinâmica entre o governo e os partidos que buscam maior influência e participação no poder. Com este movimento, fica claro que o governo Lula está disposto a desafiar as expectativas e manter um controle firme sobre as pastas que considera centrais para sua missão e valores.