Walter Delgatti Neto, conhecido como o Hacker da Vaza Jato, implicou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em uma série de irregularidades em depoimento à Polícia Federal. Segundo Delgatti, Zambelli o financiava para tentar invadir urnas eletrônicas, celulares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e os sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar teria o objetivo de desacreditar a Justiça e os ministros vistos como adversários do bolsonarismo.
O depoimento do hacker
Delgatti também relatou um clima de medo, já que Zambelli agendava encontros em locais isolados e em horários suspeitos. Por temer ser vítima de uma “queima de arquivo”, o hacker decidiu entregar a deputada à Polícia Federal.
Preso em 2019 por acessos ilegais, Delgatti foi posteriormente libertado, mas foi detido novamente em junho por violar medidas judiciais que proibiam o acesso à internet. Em uma entrevista, Delgatti admitiu gerenciar o site e as redes sociais de Zambelli. Após sua soltura, o hacker resolveu falar sobre os pedidos feitos pela deputada por receio de sua própria segurança. Segundo ele, sua vida corria risco por ser um “arquivo vivo”.
Negação da deputada
Em resposta às acusações, Carla Zambelli negou veementemente e afirmou desconhecer os fatos mencionados nas declarações de Delgatti. O advogado da deputada, Daniel Bialski, anunciou que solicitará acesso aos autos do processo e tomará todas as medidas legais cabíveis após a análise. Em nota, a assessoria de Zambelli reiterou o desconhecimento da deputada sobre os fatos noticiados e reforçou que todas as medidas cabíveis serão tomadas após análise dos autos.