O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), é apontado como um possível indicado para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria da ministra Rosa Weber, marcada para outubro. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo, destacando que uma ala do Partido dos Trabalhadores (PT) apoia a possibilidade de Dino ser nomeado para a Corte.
Segundo o O Globo, a nomeação de Dino para o STF, um movimento que é apoiado nos bastidores por alguns membros do PT, não seria apenas pela sua competência jurídica, mas também pelas ramificações políticas e o jogo da sucessão presidencial.
Se Dino for nomeado para a vaga de Weber por Lula, o cargo de ministro da Justiça estaria disponível. Esta é uma posição poderosa com um orçamento significativo, responsável inclusive pela Polícia Federal. O PT poderia assumir o comando deste ministério, embora o PCdoB precisaria de uma contrapartida relevante ao ceder a posição.
No entanto, pessoas próximas a Dino, de acordo com O Globo, afirmam que o ministro sequer considera essa possibilidade, citando sua transição de juiz federal para a política, o que seria um movimento inverso ao que ocorreria se ele fosse para o STF.
No STF, Dino é visto como um candidato natural, com um juiz bem articulado politicamente afirmando reservadamente ao O Globo que Dino não encontraria resistência entre os outros membros do tribunal. No entanto, outros candidatos fortes também são mencionados para a posição, incluindo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.
No Planalto, a decisão é tratada com cautela. Todos reconhecem que a decisão final caberá ao presidente Lula, que deve escolher alguém de sua confiança. Lula também deve considerar as opiniões de seus aliados políticos e dos juízes da Corte, incluindo a ministra Rosa Weber, que se aposentará, e o ministro aposentado Ricardo Lewandowski. Os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, dois dos ministros mais próximos de Lula, não se oporiam à nomeação de Dino, conforme divulgado pelo O Globo.
Antes de ingressar na política, Dino foi juiz federal de carreira e professor de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ele tem se mantido em estreita relação com o STF durante o terceiro mandato de Lula. No início do ano, Dino aumentou sua atuação junto à Corte durante as investigações dos ataques à sede do STF ocorridos em 8 de janeiro.