O médico Eduardo Melo foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira (29) no bairro Ilhotas, próximo ao edifício onde residia, na zona Central de Teresina. A Polícia está no local e investiga o caso, mas ainda não há informações preliminares.
A morte do cirurgião ocorreu um dia após ter se tornado público que Eduardo Guimarães Melo foi indiciado por homicídio culposo de uma criança de 6 anos ocorrida após um procedimento ciúrgico no Hospital Unimed realizado pelo médico no dia 16 de fevereiro. O inquérito era conduzido pelo delegado José Anchieta Pontes dos Santos, do 2º Distrito Policial e foi instaurado a partir de representação criminal feita pela mãe da criança.
Eduardo era filho do também médico, o pediatra Messias Melo, um dos profissionais mais renomados de sua geração, que faleceu em 2021, aos 82 anos.
O cirurgião era casado e pai de dois filhos.
Entenda o caso
O cirurgião pediátrico Eduardo Guimarães Melo foi indiciado pelo crime de homicídio culposo pela morte de uma criança de 6 anos durante um procedimento cirúrgico no Hospital Unimed em Teresina, Piauí. O caso ocorreu em 16 de fevereiro de 2023 e o inquérito foi concluído em 23 de junho.
A criança, que sofria de insuficiência renal, foi internada para tratamento de uma infecção e troca de cateter. No dia 16 de fevereiro, ela passou por um procedimento cirúrgico para a introdução de um cateter para tratamento de hemodiálise. Após a cirurgia, a menina começou a se queixar de dores e foi levada novamente ao centro cirúrgico. Foi informado à mãe que uma artéria havia sido rompida durante o procedimento e que o médico Eduardo Guimarães já estava prestando o devido atendimento. No entanto, a criança faleceu posteriormente.
Depoimentos de outros médicos que auxiliaram no atendimento indicaram que houve uma complicação durante a implantação do cateter, com punção na artéria. O médico Eduardo Guimarães Melo admitiu a complicação, mas acreditava que a situação estava estável após ter detectado o problema e retirado o cateter, colocando-o na veia.
O inquérito concluiu que o médico supostamente não utilizou corretamente a técnica adequada para o tratamento com o instrumento de perfuração durante a aplicação do cateter, resultando em complicações e na morte da criança. Além disso, foi ressaltado que ele não estava presente durante a recuperação da paciente, quando poderia diagnosticar a necessidade de intervenção cirúrgica ou outro procedimento para controlar as complicações.
A mãe da criança afirmou que, apesar da enfermidade renal, sua filha estava com um quadro de saúde estável e equilibrado. Ela mencionou que a criança iria entrar na lista de transplante devido à sua boa condição clínica e que a causa da morte foi o rompimento da artéria durante o procedimento de introdução do cateter.
A informação sobre o indiciamento foi divulgada na noite desta quarta-feira(28) pelo Portal GP1.