Em uma recente declaração, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que o governo brasileiro tomou a decisão política de retomar a compra de energia da Venezuela para abastecer Roraima. Roraima é o único estado brasileiro que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). No entanto, Silveira ressaltou que será necessário realizar um estudo de viabilidade técnica e econômica antes de prosseguir com a decisão.
A decisão política
“A definição política está tomada. O que estou dizendo é que a partir de uma definição política, todos nós sabemos, racionalmente, que existem passos técnicos e econômicos a serem tomados”, afirmou o ministro a jornalistas no Palácio do Planalto, conforme reportado pelo Jornal O Globo.
Cooperação energética
Silveira defendeu uma maior cooperação energética entre o Brasil e os países da América do Sul. Ele argumentou que essa cooperação já existe no caso do gás com a Bolívia e questionou por que não poderia existir com as grandes potencialidades energéticas, seja de gás, petróleo e energia elétrica com Argentina, Venezuela e com outros países vizinhos, desde que haja viabilidade econômica e técnica.
Planejamento para Roraima
O ministro destacou que a volta da importação de energia da Venezuela não interrompe o planejamento para interligar Roraima ao sistema nacional. “O planejamento segue firme, no sentido de que Roraima possa estar interligada como o último estado da federação não interligado ao Sistema Integrado Nacional”, disse o ministro.
Integração energética da América do Sul
Silveira vê a decisão como um passo para fortalecer a necessidade de integração da América do Sul do ponto de vista energético. Ele lembrou que em 2021 o Brasil contratou a um custo de quase R$ 40 bilhões e a “toque de caixa” energia térmica a gás para suprir a possibilidade de uma crise hídrica. Para ele, isso não faz sentido para o consumidor, se outros países podem colaborar com o fornecimento de energia.
“Isso não faz sentido para o consumidor, partindo-se do pressuposto que nós temos países vizinhos que possam fazer uma interligação socio-econômico e vantajosa para ambos”, concluiu o ministro.