Teresina, 23 de novembro de 2024
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Reforma tributária pode trazer benefícios econômicos para a maioria dos setores, aponta estudo

Pedro Cavalcanti Ferreira analisa a reforma tributária em trâmite no Congresso Nacional
O economista Pedro Cavalcanti Ferreira ressalta a necessidade de eliminar as disparidades fiscais entre os estados por meio da reforma tributária em discussão na Câmara dos Deputados. Ele destaca a existência de regimes especiais e legislações específicas que criam distorções e não contribuem para o desenvolvimento econômico.

Um estudo realizado pelo economista Pedro Cavalcanti Ferreira, diretor da FGV Crescimento e Desenvolvimento, revela que a reforma tributária em discussão na Câmara dos Deputados pode ser lucrativa para a grande maioria dos setores econômicos. A proposta de unificação de impostos federais e estaduais é vista como uma oportunidade de tornar a economia mais eficiente e beneficiar diversos setores produtivos.

Ganhos para a maioria dos setores

Segundo o estudo, a unificação de impostos resultará em benefícios para a maioria dos insumos utilizados pelos setores analisados. Dos 66 grandes setores estudados, apenas 20 terão aumento de impostos. A alocação mais eficiente de recursos proporcionada pela reforma contribuirá para o aumento da produtividade da economia como um todo, além de favorecer o setor de serviços.

Setores de saúde e educação podem ter queda no lucro

No entanto, o estudo aponta que os setores de saúde e educação podem enfrentar queda no lucro devido às mudanças tributárias. O governo tem defendido a devolução do imposto ao contribuinte nesses setores específicos. Apesar disso, a maioria dos setores, incluindo o agronegócio e o setor de serviços, tem potencial para sair ganhando com a reforma.

Descontos em diversos setores

A proposta de reforma tributária também prevê a criação de um clube de vantagens, no qual os beneficiários terão acesso a descontos em farmácias, cinemas, shows, serviços, telemedicina, seguros, viagens, entre outros. A parceria entre o Ministério da Previdência, o INSS e os bancos do Brasil e Caixa Econômica Federal disponibilizará serviços aos usuários, sejam eles correntistas ou não.

Impacto no crescimento econômico

A reforma tributária pode ter um impacto significativo no crescimento econômico do país. Estima-se que, quando plenamente implementada, a reforma possa contribuir com um crescimento em torno de 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse crescimento supera a média dos últimos anos e representa uma oportunidade para impulsionar a economia brasileira, que tem enfrentado desafios de estagnação.

Um modelo adequado para o mundo atual

Diante das transformações tecnológicas e das demandas do mundo atual, a reforma tributária se mostra adequada para promover investimentos e simplificar a estrutura tributária. A busca por uma tributação mais uniforme e menos cumulativa pode contribuir para atrair negócios e promover a competitividade das empresas globais que atuam em serviços diversos.

“Eu acho pouco provável que se consiga aprovar a proposta do governo tal como começou a ser discutida uns anos atrás, mas vai ser próxima da que está lá (no Congresso). Você não pode continuar com essa situação de a empresa pagar zero de imposto no Piauí e 25% no Ceará e a empresa ficar mudando de lá para cá.”

Pedro Cavalcanti Ferreira

Expectativa de aprovação

Após décadas de discussão no Congresso, há uma expectativa de que a reforma tributária seja aprovada desta vez. O modelo proposto já passou por diversas discussões e está amadurecido. Acredita-se que os estados foram convencidos de que não haverá perda de arrecadação e existe uma vontade política no governo de implementar as mudanças.

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