O Centro de Teresina enfrenta uma crise com imóveis fechados, transporte coletivo deficiente e comércio em declínio. Diante desse cenário, a revitalização do centro tornou-se uma questão econômica e social, e a proposta é tornar a área habitável novamente.
O projeto “Centro Vivo”, apresentado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil à Prefeitura de Teresina, visa construir moradias para atrair moradores e fomentar o comércio local.
Segundo o engenheiro e empresário Guilherme Fortes, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil, o projeto busca oferecer vantagens para os futuros moradores, como a redução do ITBI na primeira compra e a cobrança proporcional do IPTU para o Centro de Teresina.
A ideia é incentivar a ocupação residencial na região, especialmente por trabalhadores de empresas e órgãos públicos situados no centro comercial. A proposta de moradias contempla apartamentos de um, dois e três quartos, atendendo a diferentes perfis de moradores.
Incentivo para habitações no centro de Teresina
“Nós queremos fazer uma oferta com mais vantagens para esses moradores e é muito simples: redução do ITBI na primeira compra, que é para incentivá-lo, não será cobrado, e o IPTU será proporcional ao terreno. Se tem um IPTU de mil reais cobrado e vão ter 20 famílias morando num prédio, o IPTU é R$ 50. São coisas muito simples que eu acredito que na prática, sinceramente, vai ser muito bem aceito e vamos ter a oferta de habitação naquela região do centro expandido”, disse o presidente.
O “Centro Vivo” conta com o apoio de importantes entidades, como a Federação das Indústrias, o Serviço Social da Indústria, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, a Federação do Comércio, a Câmara de Dirigentes Lojistas, a Associação de Bares e Restaurantes e o Sindicato dos Lojistas.
Entidades apoiam a revitalização do Centro
A elaboração do projeto “Centro Vivo”, segundo Guilherme Fortes, foi embasada em uma pesquisa detalhada, na qual todos os imóveis da região da Miguel Rosa para o Centro da cidade. Foram analisados e classificados quanto ao seu status de ocupação e relevância histórica. Através deste levantamento, foi possível diagnosticar a realidade das pessoas que se deslocam diariamente para o centro.
Os dados coletados mostraram que os indivíduos gastam, em média, uma hora e meia no trânsito entre suas casas e os locais de trabalho no centro. Embora morar distante não seja necessariamente um problema, a pesquisa revelou que essas pessoas estão perdendo tempo de vida em deslocamentos. Quando apresentada a opção de morar mais próximo ao trabalho, a ideia foi amplamente bem recebida.
SindLojas apoia o projeto “Centro Vivo”
Leonardo Viana, vice-presidente do Sindicato dos Lojistas, também reforçou a importância do projeto “Centro Vivo” para o comércio local. Ele destacou que, atualmente, há mais de três mil trabalhadores do setor comercial no centro e que a criação de moradias na região contribuiria para aliviar o trânsito e aumentar o consumo no próprio centro.
Leonardo ressaltou que o centro já possui uma infraestrutura adequada, como abastecimento de água e energia elétrica, e que muitos imóveis podem ser adaptados para atender ao projeto. Ele lembrou que, no passado, muitas pessoas moravam no centro e que é fundamental um olhar atento da Prefeitura e do Estado para recuperar e ocupar os espaços atualmente fechados, especialmente os andares superiores dos prédios.
Com a revitalização proposta, espera-se que lojas de alimentação e eventos noturnos voltem a ocorrer na região, assim como o comércio possa funcionar até mais tarde, atraindo mais pessoas para conviver e se abastecer no local.
Câmara de Vereadores quer projeto de Lei da revitalização
A proposta já foi discutida em uma audiência pública na Câmara Municipal, onde recebeu apoio da maioria dos parlamentares.
Embora ainda não haja previsão para a apreciação do projeto como lei pelo legislativo municipal, a iniciativa busca trazer vida ao centro comercial da cidade e, consequentemente, gerar mais empregos e renda para a população local. Com o programa “Centro Vivo”, espera-se que o Centro de Teresina retome seu potencial de desenvolvimento e volte a ser uma área habitável e próspera.