Na última quinta-feira (4), foi realizado o voo comercial mais longo do planeta, partindo de Xangai, na China, e chegando a Buenos Aires, na Argentina, após cerca de 29 horas de viagem. A rota inclui uma escala técnica de duas horas em Auckland, na Nova Zelândia, e representa um avanço na conectividade entre Ásia e América do Sul.
Nova rota China-Argentina marca recorde mundial de duração de voo
Operado pela China Eastern Airlines, o voo inaugural partiu do Aeroporto Internacional de Pudong às 2h da manhã e chegou ao Aeroporto Internacional de Ezeiza às 16h45, dez minutos antes do esperado. A aeronave utilizada foi um Boeing 777-300ER, com capacidade para 316 passageiros, que realizará o percurso duas vezes por semana ao longo de todo o ano.
A empresa descreveu a nova rota como “a primeira ligação comercial entre cidades antípodas” e destacou que a combinação Xangai–Auckland–Buenos Aires cria um corredor aéreo inédito entre a Ásia-Pacífico e a América do Sul. Segundo a companhia, essa iniciativa “preenche uma lacuna histórica” ao estabelecer um canal direto entre dois centros importantes de cada região.
Impacto no mercado e na comunidade chinesa na Argentina
Antes do voo inaugural, viajar do Brasil para a país sul-americano levava mais de 30 horas e envolvia múltiplas conexões. Com a nova rota, o trajeto é significativamente encurtado, facilitando também a mobilidade dos mais de 55 mil chineses que vivem na Argentina, uma das comunidades de crescimento mais acelerado no país, conforme dados do site especializado Simply Flying.
Preços das passagens e tendência global
Os valores médios das passagens na classe econômica variam entre US$ 1.525 e US$ 2.254, enquanto na classe executiva podem chegar a cerca de US$ 4.994, refletindo os custos operacionais dessa rota de longa duração. A iniciativa acompanha uma tendência global de uso de aeronaves mais leves e eficientes, além de melhorar as conexões internacionais.
De fato, companhias como a Qantas planejam lançar, a partir de 2026, novos voos de ultra longa distância, incluindo um trajeto direto de cerca de 20 horas entre Londres e Sydney, utilizando o Airbus A350-1000, com tanques de combustível adicionais para percorrer até 16.900 quilômetros. Atualmente, a Qantas já opera um dos voos mais longos do mundo, entre Londres e Perth, com aproximadamente 17 horas de duração.
Perspectivas do comércio e da mobilidade global
Especialistas apontam que esses avanços na aviação de longa distância criam novas possibilidades de negócios, turismo e intercâmbio cultural. A rota Xangai–Auckland–Buenos Aires reforça a estratégia de ampliar a presença aérea entre os continentes, impulsionando a economia e estreitando laços entre as regiões.


