Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Natividade sem faces em Bruxelas gera polêmica sobre tradição cristã

Uma nova cena de Natividade instalada na histórica Grand Place de Bruxelas, composta por figuras de tecido sem rosto, provocou acalorado debate na Europa. A obra, intitulada “Fábricas da Natividade”, apresenta figuras feitas de tecidos reciclados, sem expressões faciais, e já levou ao furto da imagem do Menino Jesus, reacendendo discussões sobre tradição cristã e liberdade artística.

Tradição ou inovação? Polêmica na instalação de Natividade

As figuras tradicionais em madeira foram substituídas por formas de tecido, com rostos de patchwork em tons bege e marrom, após autoridades municipais afirmarem que o grupo anterior estava deteriorado. A artista Victoria-Maria Geyer criou as figuras sem características faciais, com aprovação do bispo local e do governo de Bruxelas, que justificaram a mudança por motivos de preservação e inclusão.

Desde a instalação, a obra enfrentou críticas nas redes sociais. O jogador de futebol belga Thomas Meunier postou no X: “Estamos no fundo do poço… e continuamos cavando”, comentário amplamente compartilhado. Já o escritor conservador americano Rod Dreher comparou a instalação à abordagem da Hungria, país que mantém uma Natividade tradicional na Parlamento de Budapeste, destacando: “Um país cristão que não tem vergonha da fé”.

Reações contrárias e argumentos de apoio

Membros da oposição religiosa, como Georges Dallemagne, do Partido Cristão Democrata de Bruxelas, criticaram a ausência de rostos, chamando de “muito chocante” e reforçando que “a Natividade é uma mensagem de universalidade”. O presidente do partido Liberal, Georges-Louis Bouchez, pediu que a obra fosse substituída, considerando-a um “insulto às nossas tradições”.

Por outro lado, o prefeito de Bruxelas, Philippe Close, declarou que a obra representa uma nova direção para o Natal na cidade. Em entrevista na sexta-feira, afirmou: “O antigo presépio tinha 25 anos e apresentava muitos defeitos. Queríamos algo novo e estamos satisfeitos com o trabalho de Victoria-Maria”. O deán da catedral de São Miguel e Santa Gudula, Benoît Lobet, interpretou as tecidos amassados como símbolos de vulnerabilidade, reforçando a ideia de que os personagens históricos sempre foram marginalizados.

Vandalismo e reações internacionais

O episódio do furto da cabeça do Menino Jesus trouxe ainda mais atenção ao polêmico projeto. A figura foi substituída, e as autoridades prometem maior vigilância. A instalação, que deve permanecer na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO por pelo menos cinco anos, gerou uma petição promovida pelo partido Liberal, pedindo a volta da peça tradicional—um símbolo de resistência para fiéis e defensores da cultura cristã.

Internacionalmente, o caso tem sido analisado como um reflexo do debate mais amplo sobre a identidade europeia, a preservação do património cristão em face à diversidade religiosa, e os limites da liberdade artística. A controvérsia também reacende o confronto entre tradições religiosas e os movimentos de inclusão social e cultural na Europa, aumentando a polarização na discussão sobre o Natal e suas manifestações.

Para Thomas Philipp Reiter, jornalista belgo-germânico que acompanha os temas europeus, o episódio reflete um momento de tensionamento cultural que traz à tona questões de fé, história e resistência identitária em um continente cada vez mais plural.

Fonte: Catholic News Agency

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