No dia 2 de dezembro, a comissão mista que analisa a Medida Provisória (MP) n° 1.308 de 2025 deu um passo significativo ao aprovar o relatório do deputado Zé Victor (PL-MG). Esta medida visa regulamentar a Licença Ambiental Especial (LAE), que é aplicada a empreendimentos considerados estratégicos. O novo método promete revolucionar o tempo de resposta para licenças ambientais, estabelecendo um prazo máximo de um ano para sua emissão.
Acelerando processos para empreendimentos estratégicos
A proposta busca dar celeridade aos trâmites regulares de licenciamento, permitindo que investimentos importantes possam ser mais rapidamente colocados em prática. Contudo, foi estabelecido um conjunto de restrições: setores sensíveis, como mineração, remoção ou realocação de terras indígenas e terrenos quilombolas, bem como áreas já decretadas como contaminadas, ficam de fora dessa nova regulamentação.
Um dos pontos destacados é a dispensa de licenciamento para dragagens de manutenção em hidrovias, que são vistas como essenciais para a logística nacional. Entretanto, as dragagens que ocorrem em instalações portuárias precisarão de uma licença especial para serem isentas do processo, mostrando que a legislação ainda contempla a necessidade de um controle em determinadas áreas.
Próximos passos para a medida provisória
Após a aprovação na comissão mista, a MP ainda precisa passar pelo plenário da Câmara e do Senado antes de 15 de dezembro. Se não for votada até essa data, perderá a validade, o que gera certa urgência entre os legisladores. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tem sido um defensor da flexibilização das regras, especialmente no contexto da exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas.
Controvérsias e opiniões divergentes
A nova legislação não está isenta de críticas e polêmicas. Especialistas em meio ambiente alertam que a aprovação dessa medida representa uma vulnerabilidade no controle de proteção ambiental. A gestão federal, por sua vez, tem postergado a discussão sobre vetos relacionados ao licenciamento ambiental, o que levanta preocupações sobre os impactos ao ecossistema, especialmente em um momento em que a comunidade internacional está atenta às discussões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).
O clima de tensão entre progresso econômico e preservação ambiental se acentua à medida que a sociedade civil questiona se um desenvolvimento acelerado vale os riscos associados à exploração de recursos naturais sem as devidas salvaguardas.
Desafios e perspectivas futuras para o licenciamento ambiental
É preciso destacar que a necessidade de licenciamento ambiental sempre foi um tema controverso no Brasil. A questão gira em torno do equilíbrio entre a preservação dos recursos naturais e o impulso econômico que empreendimentos estratégicos podem trazer para o país. Com a nova MP, o governo sinaliza uma abordagem mais ágil, mas as preocupações permanecem sobre se essa celeridade pode comprometer a proteção ambiental.
Os próximos meses serão cruciais para observar como a medida tomada pelo Congresso Nacional irá impactar não apenas o setor econômico, mas também a segurança ambiental e o diálogo sobre sustentabilidade no Brasil. Assim, será interessante acompanhar os desdobramentos que se seguirão a partir da análise nos plenários e as eventuais reações da sociedade civil e dos especialistas na área.
O debate sobre o direcionamento das políticas ambientais no Brasil continua, e a aprovação da MP 1.308/2025 é apenas um dos muitos capítulos de um tema complexo, que envolve interesses variados e que afeta diretamente a vida de milhões de brasileiros.


