O Google lançou globalmente na semana passada uma nova ferramenta de inteligência artificial que facilita a busca de voos com desconto, usando descrições de viagens feitas pelos usuários. A novidade visa atender à crescente demanda por recursos mais personalizados na hora de planejar férias, especialmente em um momento em que o setor de turismo intensifica o uso de IA.
Como funciona a IA do Google para voos
Segundo o Google, a ferramenta, batizada de “Ofertas de Voos”, é voltada a quem possui flexibilidade na escolha de datas e destinos e deseja economizar. Através do Google Voos, o usuário descreve a preferência, como “voos em abril para o Nordeste a partir do Rio de Janeiro por uma semana”, e a IA apresenta opções que correspondem à solicitação. A operação da ferramenta envolve 60 idiomas, incluindo o português, e ela entende nuances do pedido, explorando dados em tempo real para oferecer as melhores condições disponíveis.
Ao informar a origem e o período desejado, a IA exibe cerca de 30 ofertas variadas, incluindo destinos nacionais e internacionais, com preços inferiores à média. Por exemplo, uma passagem para Porto Seguro por R$ 580 e para Natal por R$ 701. “Essas ofertas estão até 47% abaixo da média, segundo o sistema”, detalha o Google. A ferramenta também permite delimitar critérios como viagens sem escala ou faixas de preço específicas.
Vale a pena usar a IA do Google Voos?
Na prática, a busca personalizada feita pela IA do Google costuma fornecer resultados condizentes com o solicitado, refletindo os valores praticados nos sites oficiais. Além de oferecer opções para datas flexíveis, o sistema consegue exibir promoções para destinos com diferentes durações e tipos de viagem. Para quem quer uma ajuda além da pesquisa convencional, o recurso do chat possibilita que o usuário descreva seus critérios e receba sugestões sob medida, como voos por menos de R$ 1 mil em fevereiro ou destinos de praia para o final do ano.
No entanto, a ferramenta também apresenta limitações em períodos mais concorridos, como Réveillon, quando poucos voos com preços abaixo da média são encontrados. Um exemplo é a busca por uma viagem de 4 dias na semana de Ano Novo, que revelou opções caras, como passagens por R$ 1,4 mil ou R$ 1,8 mil, sem muitas ofertas acessíveis. Além disso, destinos como Ilhabela, com voo incluído, podem gerar confusão, uma vez que a cidade não possui aeroporto com operação comercial.
Cuidados ao usar a IA para planejar viagens
Apesar das vantagens, especialistas alertam que modelos de IA podem “alucinar”, ou seja, fornecer informações imprecisas ou irreais, como trilhas inexistentes ou atrações que não existem. Relatos de turistas no Peru e em Beijing buscando locais inexistentes ilustram esse risco. Portanto, é fundamental verificar dados em fontes oficiais antes de fazer reservas ou planejar roteiros baseando-se apenas nas sugestões de IA.
Para complementar o planejamento, o ChatGPT e outras IAs oferecem funcionalidades úteis. A versão paga, por exemplo, consegue buscar preços, comparar opções e montar roteiros personalizados, desde que orientadas corretamente. Recursos como a ferramenta “Investigar” também ajudam a mapear destinos menos óbvios, com foco em sites oficiais ou especializados, além de oferecer roteiros ajustados ao tempo, orçamento e preferências do viajante.
Futuro do planejamento de viagens com inteligência artificial
O uso crescente de IA na área de turismo reforça a tendência de uma experiência cada vez mais customizada, embora exija cautela. Especialistas recomendam cruzar informações fornecidas por chatbots com fontes confiáveis e evitar depender exclusivamente de modelos que podem apresentar respostas imprecisas por obsessão em “acertar”. Assim, as IAs se consolidam como ferramentas de apoio, facilitando a pesquisa de preços e roteiros, mas sem substituir o acompanhamento de profissionais ou fontes oficiais na hora de fechar uma viagem.
Para quem deseja experimentar a nova ferramenta do Google ou aprofundar o uso da inteligência artificial em viagens, recomenda-se explorar recursos como o ChatGPT com modo “Agente” ou a função “Investigar”, que permitem buscas mais detalhadas e com maior potencial de personalização.
Mais informações podem ser acessadas na reportagem completa no site do GLOBO.


