De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a economia mundial tem apresentado uma resiliência maior do que o esperado diante das tarifas comerciais implementadas por Donald Trump. A recuperação tem sido sustentada por intensos investimentos em inteligência artificial e por políticas fiscais e monetárias estimulantes, conforme relatado na última projeção da organização.
Projeções de crescimento e o cenário econômico
A OCDE elevou suas previsões de crescimento para Estados Unidos e Eurozona para este e o próximo ano, ajustando para cima também as perspectivas de diversas grandes economias. Para o Brasil, a previsão de crescimento do PIB aumentou para 2,4% em 2025 e 1,7% em 2026, enquanto as estimativas globais indicam uma desaceleração para 2,9% no ano que vem, devido ao impacto parcial das tarifas comerciais ainda não totalmente sentido.
Desempenho global em meio às tarifas comerciais
Segundo o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, a atividade econômica mundial se mostrou surpreendentemente forte neste ano, mesmo diante do aumento de barreiras comerciais e da incerteza geopolítica. No entanto, ele alerta que o crescimento do comércio global moderou no segundo trimestre e que tarifas elevadas podem, aos poucos, elevar os preços e reduzir o consumo das famílias e os investimentos empresariais.
Impactos de investimentos em tecnologia e inteligência artificial
O avanço em tecnologia, especialmente nos setores de inteligência artificial e na construção de data centers, tem exercido efeito de impulso na economia, especialmente nos EUA. Segundo a OCDE, esse dinamismo ajudou a sustentar o crescimento do comércio internacional e a superar momentos de desaceleração, mesmo com a crise gerada por tarifas e incertezas políticas.
Riscos e cuidados
A organização alertou que a rápida expansão do setor de tecnologia apresenta riscos, como correções abruptas de preços e vendas forçadas de ativos, devido às avaliações elevadas do mercado. Além disso, a perspectiva global tem sido considerada “frágil”, com projeções sujeitas a riscos substanciais decorrentes das mudanças nas políticas comerciais e de investimentos.
Dados econômicos do Brasil
O PIB brasileiro deve mostrar sinais de desaceleração no terceiro trimestre, mas ainda assim apresenta sinais de resiliência, segundo a economista Míriam Leitão. Ela destaca que o crescimento do Brasil deve ficar em torno de 2,4% neste ano, com a inflação se mantendo em queda, como aponta o boletim Focus.
Em meio a esse cenário, o impacto do 13º salário e o aumento dos investimentos em tecnologia demonstram uma economia brasileira com certa robustez, mesmo diante de desafios externos e internos.
Perspectivas para o futuro
Embora as projeções indiquem uma desaceleração global para 2026, a retomada deve acontecer em 2027, com crescimento estimado de até 3,1% na economia mundial. Para o Brasil, as expectativas são de avanço moderado, alinhando-se às tendências globais de crescimento.
Ao avaliar o atual panorama, economistas ressaltam que a combinação de inovação tecnológica e políticas estimulantes pode continuar sustentando o crescimento, mesmo frente às incertezas e desafios trazidos pelos ajustes comerciais globais.
Fonte: O Globo


