No Rio de Janeiro, uma triste realidade tem se intensificado em épocas festivas: cães que, ao invés de celebrarem, padecem com o estresse causado pelos fogos de artifício. Recentemente, um abrigo localizado em Vargem Grande, na Zona Sudoeste da capital fluminense, denunciou a situação alarmante de três cães resgatados, que apresentaram convulsões em decorrência do barulho intenso dos fogos.
História dos animais afetados
Os cães, carinhosamente chamados de Vovô, Baratinha e Apollo, têm suas histórias marcadas pelo sofrimento. Vovô e Apollo, que chegaram ao abrigo após serem retirados de cenários de maus-tratos, mostraram-se mais vulneráveis ao som ensurdecedor dos fogos. Apollo, um são-bernardo que foi resgatado da Cidade de Deus, e a Baratinha, uma vira-lata branca retirada da Muzema, passaram por convulsões severas antes de receberem os cuidados médicos necessários.
O abrigo, que se tornou um importante refúgio para animais em situação de vulnerabilidade, relatou que os cães foram medicados após as crises, mas a preocupação com a saúde mental e física deles é uma constante. Os fogos de artifício, que muitos consideram uma tradição festiva, têm se mostrado uma verdadeira ameaça à vida de muitos animais, causando não apenas medo, mas, em casos extremos, situações que podem levar à morte.
O impacto do estresse em animais de estimação
O estresse causado por barulhos extremos, como o dos fogos de artifício, pode desencadear uma série de problemas de saúde em animais, além de convulsões. Esse tipo de trauma pode levar os cães a desenvolverem ansiedade severa, comprometendo sua qualidade de vida. Especialistas alertam que a sensibilidade auditiva dos cães é muito maior do que a dos seres humanos, tornando-os mais suscetíveis a reações adversas a sons altos.
Como ajudar os animais durante as festividades
Com a aproximação de festas que costumam ser celebradas com fogos de artifício, é essencial que os tutores de animais tomem precauções. Algumas recomendações incluem:
- Proporcionar um espaço seguro e tranquilo dentro de casa, onde o animal possa se esconder e se sentir protegido.
- Usar música suave ou ruídos brancos para abafar o som dos explosivos.
- Consultar um veterinário sobre possíveis tratamentos que podem ajudar o animal a lidar com a ansiedade.
A responsabilidade da sociedade
A situação vivida pelos cães resgatados é um forte apelo à conscientização sobre como os fogos de artifício impactam não só os animais, mas também pessoas com condições de saúde que podem ser agravadas por barulhos excessivos. Campanhas para defesa dos direitos dos animais ganham vitalidade e urgência neste contexto, reforçando a necessidade de legislativas que limitem a utilização de fogos de artifício.
A prática de queimar fogos pode, em sua essência, simbolizar a celebração; no entanto, é preciso encontrar formas alternativas de comemorar que não prejudiquem os seres vivos ao nosso redor. A discussão sobre o uso consciente de fogos de artifício, e as suas implicações, deve ser uma prioridade entre os cidadãos e legisladores.
Com iniciativas como a do abrigo em Vargem Grande, um passo importante é dado para promover a proteção dos animais. Ao expor as dificuldades enfrentadas pelos cães, é possível gerar empatia e mobilizar a sociedade na luta contra o sofrimento animal. O cuidado e a compaixão devem ser a base do nosso convívio com todos os seres vivos, especialmente na hora de celebrar.
Em resumo, a recente denúncia sobre os cães afetados no abrigo nos lembra que, enquanto muitos festejam, outros vivem momentos de terror. Que possamos aprender e agir quanto a isso.


