No Brasil, a história de crimes familiares frequentemente surpreende e choca a sociedade. Recentemente, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou Michelle Paiva da Silva, uma mulher de 43 anos, sob a grave acusação de contratar as gêmeas Ana Paula e Roberta Fernandes, conhecidas como serial killers, para assassinar seu próprio pai. O crime, que envolve envenenamento e um motivo financeiro, aconteceu em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e gerou grande repercussão na mídia e entre os cidadãos.
O crime cometido por encomenda
De acordo com a denúncia feita pelos promotores Rodrigo Merli Antunes e Vania Caceres Stefanoni, a motivação de Michelle para cometer esse crime hediondo estaria relacionada a desavenças e discussões constantes com seu pai, Neil Corrêa da Silva, de 65 anos. A denúncia revela que a mulher teria oferecido R$ 4 mil às gêmeas para que elas envenenassem e matassem o idoso. Ana Paula, que havia estudado Direito com Michelle, sugeriu que o veneno utilizado fosse “chumbinho”, uma substância comum em venenos para roedores.
Em 26 de abril de 2025, a execução do crime ocorreu na residência de Neil, onde ele morava com Michelle. Ela teria sido vista colocando o veneno na feijoada, que posteriormente foi consumida pela vítima. Após ingerir a refeição contaminada, Neil sofreu complicações e veio a falecer.
As gêmeas serial killers e seu histórico de crimes
A Promotoria já havia acusado Ana Paula e Roberta Fernandes de serem responsáveis por outros três homicídios, todos também por envenenamento, entre janeiro e maio de 2025. As vítimas foram Marcelo Hari Fonseca e Maria Aparecida Rodrigues, ambos em Guarulhos, além de Neil. O interesse financeiro e o prazer em matar foram identificados como fatores motivadores para os crimes.
A Justiça estabeleceu a prisão das gêmeas entre julho e agosto de 2025. Enquanto Ana Paula permanece detida na Penitenciária Feminina de Tremembé, Roberta está na Penitenciária de Santana, ambas em São Paulo. O caso das gêmeas é alarmante não apenas pela brutalidade dos crimes, mas também pela natureza familiar das relações implicadas. A Justiça determinou a exumação do corpo de Marcelo, a fim de que sejam realizados novos exames em busca de vestígios do veneno.
Repercussão e desdobramentos da investigação
A investigação continua, e a primeira audiência de instrução do caso está marcada para os dias 6 a 8 de abril de 2026 no Fórum de Guarulhos. A polícia ainda investiga se as gêmeas estão envolvidas em outros crimes, como a morte de pelo menos 14 cães, um delito que Ana Paula confessou ao ser interrogada.
As respostas das investigações são aguardadas com ansiedade pela sociedade e pela mídia, que continua a cobrir o caso. O Núcleo de Análise Comportamental e Criminal (NACC) do DHPP está elaborando um documento que pode trazer mais luz sobre os perfis psicológicos das gêmeas.
Considerações finais sobre o caso
Os detalhes da denúncia contra Michelle e as gêmeas elevaram o debate sobre a prevenção de crimes familiares e a necessidade de um sistema legal mais eficaz em lidar com questões de violência intra-familiar. A brutalidade das ações e a falta de empatia entre os envolvidos revelam a importância de discutir questões relacionadas à saúde mental e à violência doméstica no Brasil.
Por fim, o caso das gêmeas serial killers não é um evento isolado, mas reflete um problema mais amplo na sociedade, que exige vigilância e esforços conjuntos para deter a escalada da violência e proteger os mais vulneráveis dentro do núcleo familiar.


