Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Apoio tímido da esquerda à indicação de Messias ao STF

A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), feita pelo presidente Lula, tem gerado uma mobilização tímida nas redes sociais. Embora o governo esteja se concentrando em outras pautas, a ausência de apoio significativo à nomeação de Messias nas plataformas digitais destaca um cenário de incerteza. Diversos integrantes do PT comentam que a estratégia pode favorecer o partido em um cenário onde centro e direita se mostram divididos em relação ao nome indicado.

A análise da mobilização nas redes sociais

Um estudo realizado pela consultoria Palver indicou que menos de 10% das mensagens trocadas em mais de 100 mil grupos de WhatsApp foram favoráveis à nomeação de Messias. Em contrapartida, mais de 50% das postagens foram críticas. A baixa mobilização é perceptível até mesmo em canais que reúnem militantes de esquerda e influenciadores ligados ao PT, onde a conversa parece ter mudado para outros temas, como a isenção do Imposto de Renda e a derrubada de vetos presidenciais relacionados ao licenciamento ambiental.

Além disso, a defesa de Messias nas redes não demonstrou crescimento mesmo após declarações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que insinuou que “setores do Executivo” tentavam associar a dificuldade de apoio no Congresso a negociações de cargos. Apenas a ministra Gleisi Hoffmann se manifestou no Twitter, reafirmando o respeito do Planalto em relação a Alcolumbre. Um relatório da FGV Comunicação apontou que a grande maioria das interações nas redes sobre a nomeação foi negativa, com os principais destaques ficando por conta de opositores.

Expectativas internas no PT e reações à nomeação

Os membros da cúpula do PT têm minimizado a falta de mobilização virtual. Segundo alguns, a expectativa é que o contra-ataque venha dos opositores à indicação, o que, segundo eles, poderia gerar um burburinho maior nas redes. A confiança em Jaques Wagner, líder do PT no Senado, que atua nos bastidores para garantir a aprovação de Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é um dos pontos que confortam a cúpula petista. A sabatina do AGU está agendada para o próximo dia 10.

Entretanto, alguns setores do PT argumentam que a distância estratégica do partido é benéfica, pois poderia facilitar a aproximação de Messias ao centro e à direita. A escolha de Messias, no entanto, vem enfrentando resistências, especialmente de grupos progressistas que clamam por maior representatividade no STF. Notas de repúdio emitidas por integrantes do coletivo Mulheres que Decidem exemplificam esse descontentamento ao afirmar que a decisão de Lula deve ser orientada pela participação social e não por interesses políticos.

Divisões internas e repercussões na direita

À medida que o debate sobre a escolha de Lula avança, Marco Aurélio Ruediger, diretor da FGV Comunicação, observa que a discussão se deslocou da habitual divisão entre governistas e opositores. Agora, o foco parece estar na polarização entre facções do eleitorado evangélico que apoiam Messias e o bolsonarismo tradicional que resiste à indicação.

Ruediger comenta: “Com a escolha de Lula formalizada, a contestação interna perdeu força e o conflito agora se dá entre os apoiadores de Messias, que o consideram qualificado, e os grupos mais radicais da direita”. Essa nova dinâmica pode impactar diretamente a forma como a aprovação da indicação será tratada no Senado, revelando as fragilidades de um governo que, ao tentar avançar em sua agenda, ainda precisa lidar com os descontentamentos internos e com as expectativas de seus aliados.

Em suma, a indicação de Jorge Messias ao STF pelo governo Lula apresenta um quadro de polarização e hesitação tanto nas redes sociais como no cenário político. O futuro da nomeação depende não apenas do apoio que poderá ser mobilizado, mas também da forma como as divisões internas e externas se desenrolam nas próximas semanas.

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