Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Tarifa mexicana ameaça 14,7% das exportações brasileiras ao país

A proposta do governo mexicano de elevar tarifas de importação sobre 983 bens de 19 setores coloca o Brasil entre os países mais afetados, conforme estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviado ao governo brasileiro. A medida, que tramita no Congresso mexicano, deve impactar 232 produtos brasileiros, somando US$ 1,7 bilhão em exportações em 2024 — equivalente a 14,7% das vendas ao México no período.

Impactos sobre setores industriais e comércio bilateral

Segundo o levantamento, 67,6% do valor afetado refere-se a bens intermediários utilizados pela indústria mexicana, o que pode elevar custos de manufatura e reduzir a competitividade brasileira nos setores de veículos automotores, químico, metalúrgico, borracha e plásticos. A tarifa mais alta tende, ainda, a aumentar os custos de produção do país e dificultar o crescimento das exportações brasileiras.

Países mais impactados e a situação do Brasil

De acordo com projeções, o Brasil será o quinto país mais afetado pelo pacote tarifário mexicano. A China lidera a lista, com US$ 34,2 bilhões, seguida por Coreia do Sul (US$ 5,8 bilhões), Índia (US$ 3,1 bilhões) e Tailândia (US$ 1,8 bilhão). Indonésia e Taiwan também estão expostos por não possuírem acordos tarifários de preferências com o México, ao contrário dos Estados Unidos, União Europeia, Japão, Canadá e Vietnã, que estão isentos.

Contexto político e acordos comerciais

A iniciativa integra o Programa de Protección para las Industrias Estratégicas, parte da nova política industrial do México, liderada pela presidente Claudia Sheinbaum. A proposta, em análise no Legislativo mexicano, busca elevar a tarifa média de 16,1% para 33,8%, podendo chegar a 50% em alguns códigos tarifários, segundo a Secretaria de Economia mexicana. Ainda, o documento enviado pela CNI ao governo brasileiro destaca a fragilidade dos atuais acordos comerciais, especialmente o ACE 55, que regula o setor automotivo e oferece preferência tarifária limitada a veículos e componentes específicos.

Negociações e diálogo bilaterais

O Brasil e o México estão em processo de modernização de seus instrumentos comerciais, incluindo o acordo de livre comércio ACE 55. Em agosto, representantes dos dois países assinaram um plano para revisar e atualizar esses acordos, com previsão de conclusão em 2026. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) acompanha a discussão e reforça a importância de evitar prejuízos às exportações brasileiras, mesmo em meio às negociações.

Preocupações e recomendações do setor industrial brasileiro

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alerta que, apesar de a medida não ser direcionada especificamente ao Brasil, ela pode frear avanços na relação bilateral e prejudicar os investimentos estrangeiros. A gerente de Comércio e Integração Internacional da entidade, Constanza Negri, destacou que a proposta mexicana afeta um segmento que, embora pequeno, tem impacto relevante na indústria brasileira, especialmente em setores que buscam diversificar mercados e fortalecer parcerias comerciais.

Negri afirmou ainda que o setor acompanha de perto o andamento da proposta no Congresso mexicano e reforçou a necessidade de acelerar as negociações para evitar retrocessos. Segundo ela, um acordo mais amplo poderia gerar um acréscimo de US$ 13,8 bilhões ao PIB conjunto, US$ 3,2 bilhões no comércio bilateral e atrair cerca de US$ 8 bilhões em investimentos.

Diálogo construtivo e estratégias futuras

O órgão reforçou que o Brasil trabalha para que o País seja tratado como uma nação com acordos em vigor ou em fase de modernização, conforme a normativa mexicana. O MDIC, por sua vez, disse estar engajado em diálogo com o México, após a visita do vice-presidente Geraldo Alckmin ao país, em agosto, em que foi decidido iniciar o processo de atualização dos acordos em 2025.

Apesar das preocupações, a entidade visualiza espaço para negociação, confiando na argumentação brasileira. Negri destacou que a Proposta ao governo visa evitar que o aumento tarifário prejudique o acesso ao mercado mexicano durante o processo de modernização, que espera-se concluir em 2026.

Perspectivas e próximos passos

A CNI continuará monitorando o avanço da proposta e dialogando com as autoridades mexicanas para evitar impactos negativos às exportações brasileiras. A entidade reforça a importância de acelerar as negociações comerciais bilaterais e assegurar que o crescimento dos laços econômicos entre Brasil e México seja preservado e ampliado.

Para mais informações, acesse a reportagem completa em: G1 – Tarifação mexicana ameaça 14,7% das exportações do Brasil.

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