Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Processo contra piloto de barco que naufragou na Garganta do Diabo é reaberto

No dia 29 de setembro de 2024, a tragédia na Garganta do Diabo, em São Vicente, São Paulo, ecoou pela região com a morte de duas mulheres, Beatriz Tavares da Silva Faria e Aline Tamara Moreira de Amorim, durante um passeio de barco. O acidente resultou em um naufrágio que deixou sete pessoas à deriva em águas perigosas, e agora, após um período de incertezas, a Justiça decidiu reabrir o processo contra o piloto da embarcação.

O acidente e suas consequências

Durante uma festa a bordo de uma lancha, Beatriz e Aline retornavam para a costa em um barco menor quando foram surpreendidas por uma onda que fez a embarcação virar. Das sete pessoas a bordo, quatro conseguiram sobreviver compartilhando três coletes salva-vidas. Infelizmente, Beatriz e Aline não tiveram a mesma sorte e morreram afogadas.

No último dia 19 de novembro, Cláudia Aparecida Tavares da Silva Faria, mãe de Beatriz, estava no Fórum de São Vicente para acompanhar o progresso da investigação e ficou chocada ao saber que o caso havia sido arquivado em 3 de setembro de 2025. Revoltada, Cláudia decidiu contestar a decisão e pediu o desarquivamento do caso, o que resultou na reabertura do processo contra o piloto em 24 de novembro.

Desdobramentos do processo

Após a reabertura do caso, Cláudia expressou alívio, mas frisou que não se esquecerá do ocorrido. “Vou fazer de tudo para que eles paguem. Eu sei que não vai trazer minha filha de volta, mas é para que não aconteça com outras pessoas”, destacou a mãe. O g1 entrou em contato com a defesa do piloto, mas até a última atualização, não obtiveram resposta.

O juiz Alexandre Torres de Aguiar da 1ª Vara Criminal de São Vicente havia anteriormente declarado extinta a punibilidade do piloto em relação ao crime de lesão corporal, já que duas das vítimas não quiseram apresentar queixa. Porém, o Ministério Público de São Paulo havia solicitado a folha de antecedentes do piloto antes do arquivamento do caso, o que levanta mais questões sobre a responsabilidade dele no acidente.

Relatórios de investigação e responsabilidades

Relatórios da Polícia Civil e da Capitania dos Portos de São Paulo apontaram que havia excesso de pessoas a bordo da embarcação e que o registro do piloto não o habilitava a operar o barco à noite, nem a transportar passageiros. Segundo as autoridades, “a causa determinante do acidente foi a negligência, imprudência e imperícia do condutor e proprietário da embarcação”.

A consciência da gravidade do acidente não é apenas uma questão jurídica, mas também social, levantando um importante debate sobre a segurança nas embarcações e a necessidade de fiscalização mais rigorosa em regiões perigosas como a Garganta do Diabo, um local conhecido por suas fortes correntes marítimas que atraem surfistas, mas que também representa um risco significativo para a navegação.

A história da Garganta do Diabo

A ‘Garganta do Diabo’ é uma região que se localiza entre a Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí. Conhecida por sua beleza natural, também esconde muitos perigos. Observadores acreditam que, historicamente, este local já foi utilizado como passagem das caravelas de Martim Afonso na fundação da Vila de São Vicente, conferindo à área um misticismo que atrai tanto moradores quanto turistas.

O trágico naufrágio que custou a vida de Beatriz e Aline serve como um lembrete sombrio da importância de respeito às normas de segurança e à responsabilidade no transporte aquático. A expectativa agora se volta para o andamento do processo e a justiça que as famílias esperam receber, na esperança de que lições sejam aprendidas e que tragédias como essa não se repitam.

As famílias das vítimas continuam atentas ao desenrolar do caso, aguardando que os responsáveis sejam chamados a prestar contas por suas ações. O objetivo é claro: garantir que o sofrimento experimentado não seja em vão e que outros potencialmente em perigo possam ser protegidos no futuro.

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