O secretário de Defesa, Pete Hegseth, e sua equipe estão sob pressão após reportagens do Washington Post revelarem que ele ordenou um ataque a um barco suspeito de tráfico de drogas no Caribe, incluindo um segundo ataque a sobreviventes, o que gerou controvérsia e questionamentos sobre legality e possíveis crimes de guerra.
O papel do almirante Mitch Bradley na operação
Hegseth afirmou na rede social X que seu apoio total é ao Almirante Mitch Bradley, reforçando que ele estaria dentro de seus limites legais na decisão de atacar novamente após o primeiro incidente. A Casa Branca também apontou Bradley como responsável pela autorização do segundo ataque, que matou sobreviventes do primeiro, sob a justificativa de eliminar uma ameaça.
“O Almirante Bradley trabalhou dentro de sua autoridade e da lei para garantir a destruição do barco e a eliminação da ameaça”, declarou a porta-voz do governo, Karoline Leavitt. Essa narrativa visa afastar Hegseth de responsabilidades diretas na decisão de matar os sobreviventes, que, segundo o relatório, foram atingidos após uma ordem de “matar todo mundo” emitida por Hegseth, segundo fontes do Post.
Críticas e debates sobre legalidade e ética
Especialistas em direito internacional alertam que, se comprovado, o confronto pode configurar crime de guerra, uma vez que não haveria conflito armado justificando o uso da força contra civis. “Se essa narrativa for verdadeira, Hegseth, Bradley e demais envolvidos podem responder criminalmente pela morte dos sobreviventes”, afirmou Rebecca Ingber, professora de direito na Cardozo Law School.
Já Laura Dickinson, da George Washington University, destacou que “a morte intencional de uma pessoa protegida, como civis ou indivíduos que estão fora de combate, configura um crime de guerra”. A controvérsia reacende debates sobre os limites do uso da força em operações antimáfia no mar e as implicações legais de ações militares desse tipo.
Repercussões na cadeia de comando e futuro das investigações
Críticos, incluindo políticos e analistas, afirmam que a narrativa de Hegseth e da Casa Branca pode estar tentando dispersar a responsabilidade, colocando Bradley como o responsável final pela decisão de atacar os sobreviventes. “Isso mostra uma liderança instável, que não está disposta a assumir suas ações”, criticou o senador democrata Chris Murphy.
A investigação sobre a legalidade do ataque continua, com a possibilidade de que Hegseth e Bradley enfrentem processos criminais caso sejam confirmadas as violações do direito internacional. As autoridades também devem avaliar se houve abuso de poder e violação dos princípios humanos e legais que regulam atos militares no mar.
Perspectivas e próximas etapas
Autoridades militares e órgãos internacionais acompanham o caso de perto, aguardando os resultados de investigações formais. A polêmica reforça a necessidade de maior controle e transparência em operações de combate ao narcotráfico, especialmente em regiões de alto risco e com implicações legais internacionais.

