O Itaú Unibanco anunciou nesta terça-feira (1º) a aquisição de mais ações da Avenue, uma corretora que oferece investimentos nos Estados Unidos para brasileiros. Com a compra, o banco passará a ter 50,1% do capital da empresa, ampliando sua participação de 35% adquirida em 2022. O controle, que será oficialmente exercido em 2026, visa fortalecer a atuação do banco no segmento de investimentos internacionais.
Itaú aumenta participação na Avenue para consolidar controle
Segundo comunicado divulgado pelo banco e publicado no Diário Oficial da União, o Itaú desembolsou recursos adicionais para adquirir aproximadamente 17,19% do capital social da corretora. O valor pago pelas ações adicionais não foi divulgado, mas a operação está sujeita às análises do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central, que ainda deverão revisar a transação.
O Banco Central também ressaltou que a participação do Itaú na Avenue é considerada modesta, representando menos de 20% do mercado de câmbio, corretagem e distribuição de produtos financeiros, o que evita a configuração de posição dominante.
Avenue cresceu com aquisições e internacionalização
A Avenue foi fundada por Robert Lee em 2018, com foco em oferecer contas nos Estados Unidos para brasileiros. Desde então, a corretora expandiu sua atuação por meio de aquisições de empresas como Drivewealth, Coin DTVM e Bexs no Brasil e nos EUA. Essas compras criaram um ecossistema de serviços voltados ao pequeno investidor brasileiro interessado em internacionalizar seus ativos.
Investimentos e crescimento pré-venda ao Itaú
Antes da venda ao Itaú, a Avenue recebeu aportes financeiros de destaque. Em 2020, a Igah Ventures aportou recursos quando a corretora tinha 55 mil contas e era avaliada em R$ 235 milhões. No ano seguinte, em 2021, a empresa recebeu US$ 30 milhões liderados pelo Softbank, atingindo 300 mil clientes e US$ 1 bilhão sob custódia na época. Hoje, a corretora atende a uma base crescente de clientes interessados em investir nos EUA.
Perspectivas de mercado e atuação do Itaú
Embora o controle só se efetive em 2026, a mudança na estrutura acionária não deve alterar a dinâmica do mercado ou o ambiente concorrencial, conforme avalia o Cade. A estratégia do Itaú reforça sua presença no segmento de investimentos internacionais, buscando atender à demanda crescente de brasileiros que desejam investir no exterior.
Especialistas avaliam que a ampliação do controle pode acelerar o desenvolvimento de soluções integradas de internacionalização financeira, beneficiando especialmente clientes de alta renda do banco.
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