Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Um terço das empresas com crédito do trabalhador registra inadimplência, aponta estudo

Estudo do Serasa revela que, embora o programa facilite acesso ao crédito, inadimplência em empresas cresce devido a falhas operacionais.

Uma pesquisa do Serasa Experian com 550 organizações revela que um terço das empresas que aderiram ao programa Crédito do Trabalhador, lançado em março, registrou casos de inadimplência. Além disso, 46% delas ainda desconhecem os detalhes e o funcionamento da nova modalidade de crédito.

Inadimplência cresce devido a falhas operacionais no programa Crédito do Trabalhador

O programa tem como objetivo simplificar a contratação de crédito consignado para trabalhadores CLT, trabalhadores de aplicativos, domésticos, rurais e MEIs. No entanto, as empresas relatam mais episódios de inadimplência relacionados a erros na plataforma e a problemas técnicos do que à incapacidade financeira dos trabalhadores.

Segundo o estudo, 65% dos casos de inadimplência decorrem de falhas sistêmicas, como atrasos na transmissão de informações entre o RH e as instituições financeiras, falhas na integração com o eSocial e problemas na cobrança por desconto em folha. Outros 33% estão ligados a dificuldades de pagamento por parte dos próprios funcionários.

Transformações no crédito consignado para trabalhadores

Antes, o crédito consignado dependia de convênios diretos entre empresas e bancos, em que o empregador ajustava regras com a instituição financeira. Atualmente, os bancos aderem ao programa e o trabalhador solicita a proposta de crédito via Carteira de Trabalho Digital, escolhendo onde contratar. A empresa, por sua vez, é notificada para realizar o desconto em folha, limitado a 35% do salário.

Entretanto, para que o sistema funcione corretamente, as empresas precisam já ter alimentado o Emprega Brasil com informações essenciais, que são acessadas pelo Dataprev e pelo sistema do eSocial. Isso aumenta a rotina operacional do setor de RH, que deve acompanhar todo o processo de pagamento e descontos.

Desafios e impacto na taxa de juros

Dados do Banco Central indicam que, desde o início do programa, a taxa média de juros do consignado privado aumentou de 44% para 59% ao ano, em outubro. A maior inadimplência e as falhas operacionais estão associadas a esse aumento. Segundo Délber Lage, CEO da Salaryfits, esse fenômeno ocorre por conta do período de adaptação ao novo modelo, além do aumento de novos tomadores com perfil de risco ainda pouco avaliado.

O estudo também aponta que trabalhadores de baixa renda, com score de crédito baixo, passaram a solicitar o crédito, o que eleva o risco. Muitos desses indivíduos têm score igual ou inferior a 400, o que complica a avaliação de risco para os bancos.

Perspectivas futuras e melhorias no sistema

Apesar das dificuldades, o executivo acredita que, em 12 a 18 meses, a taxa média de juros deve passar por uma correção, à medida que o mercado se adapta, as rotinas são aprimoradas e maior fluxo de informações é gerado. A implementação de garantias do FGTS também deve colaborar na redução do risco, embora ainda aguarde definição pelo governo.

Segundo Lage, o mercado deverá passar por uma segmentação, oferecendo taxas diferentes de acordo com o perfil de empresas e trabalhadores. Os avanços nas rotinas e a melhoria na comunicação entre os setores público e privado serão essenciais para estabilizar o programa.

Mais informações podem ser acessadas na matéria completa pelo fonte original.

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