O Conselho de Administração dos Correios aprovou neste sábado a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões, após análise das propostas de bancos e do quadro financeiro da estatal. A operação visa garantir liquidez no curto prazo e viabilizar a reestruturação da empresa.
Necessidade de crédito para reequilibrar os Correios
O colegiado acolheu argumentos da nova gestão de que o financiamento é essencial para pagar dívidas pendentes, assegurar a continuidade dos serviços e iniciar o programa de reestruturação. Para que a operação seja concluída, é preciso obter autorização do Tesouro Nacional, pois o empréstimo contará com garantia da União, conforme exigências dos bancos envolvidos.
Contexto financeiro e déficit acumulado
Durante a análise, o conselho considerou o prejuízo acumulado de R$ 6,35 bilhões até outubro deste ano, um aumento em relação ao mesmo período de 2024, quando o déficit era de R$ 2,1 bilhões. Dados internos mostram que, entre julho e setembro, o prejuízo foi de R$ 1,69 bilhão, impulsionado por quedas de receita, aumento de despesas e custos relacionados à inflação e reajustes salariais.
Origem e condições do financiamento
O empréstimo foi negociado por um sindicato formado pelo Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Banco Safra. O Tesouro Nacional assume o compromisso em caso de inadimplência, garantindo a operação com garantias soberanas.
Taxa de juros e negociações
A taxa de juros proposta ficou pouco abaixo dos 136% do CDI inicialmente sugeridos, ainda assim considerada alta. Apesar das tentativas da estatal de obter condições mais favoráveis, os bancos mantiveram a oferta original, apesar de flexibilizarem requisitos adicionais, como a demanda por lucro mínimo e recebíveis futuros, considerados atípicos para operações com garantia soberana.
Impactos e perspectivas futuras
De acordo com fontes próximas à negociação, a decisão visa evitar um agravamento da crise financeira da estatal, que aponta um fluxo de caixa mensal negativo de aproximadamente R$ 750 milhões. Sem mudanças estruturais, projeções internas indicam que o déficit pode atingir R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 23 bilhões em 2026.
O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, destacou que o financiamento é fundamental para estabilizar a operação, retomar pagamentos e implementar o plano de reestruturação, que inclui ações de redução de despesas, modernização de sistemas e reorganização de unidades menos eficientes.
Mais detalhes sobre a operação de crédito ainda serão divulgados oficialmente após avaliação e aprovação pelos órgãos reguladores. A expectativa é que os recursos sejam liberados ao longo do próximo ano, no contexto de uma crise financeira agravada pelos resultados do último trimestre.
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