Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, deixou nesta sexta-feira (29) o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos (SP), após 12 dias sob custódia. Detido preventivamente pela Polícia Federal, ele foi suspeito de uma tentativa de fuga e deverá cumprir medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Prisão e detalhes da operação policial
Vorcaro foi preso no dia 18 de novembro, na véspera de tentar embarcar em um voo no Aeroporto de Guarulhos, em uma operação denominada Compliance Zero. A ação investiga indícios de fraudes em transações realizadas pelo Banco Master com o Banco de Brasília (BRB), incluindo movimentos suspeitos de cerca de R$ 12 bilhões em falsas operações de crédito, empréstimos simulados e negociações irregulares.
A operação resultou na prisão não apenas de Vorcaro, mas também de outros diretores e sócios do banco. Além disso, o presidente do BRB foi afastado das funções. A investigação indica que o Banco Master estaria envolvido em fraudes e operações financeiras ilegais, enquanto o Banco Central decidiu pela liquidação extrajudicial da instituição financeira.
Defesa contestou as acusações
A defesa de Vorcaro afirmou, em nota distribuída à imprensa, que “o fundamento das investigações” da Polícia Federal “é um fato inexistente”. Segundo o texto, “não há nenhuma fraude de R$ 12 bilhões”, e as medidas cautelares foram baseadas em premissas incorretas. Os advogados alegam ainda que a prisão foi motivada por argumentos genéricos e que os fatos não são atuais, já que o Banco Central teria avaliado a situação e confirmado que não há ameaça à estabilidade financeira.
O que acontece com os investidores?
Questionado sobre o impacto para os investidores do Banco Master, especialistas explicam que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) garante até R$ 250 mil por cliente em caso de intervenção ou liquidação de bancos. Para entender melhor, leia o que é o FGC.
Reviravolta na prisão
A prisão de Vorcaro foi revogada nesta sexta-feira pela desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Solange Salgado da Silva. A magistrada reanalisou o caso à luz dos documentos apresentados pela defesa e entendeu que não há mais os requisitos para a prisão preventiva, determinando a substituição por medidas cautelares diversas.
Contexto e repercussões
O Banco BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal, destacou que sempre agiu em conformidade com as normas de compliance e transparência, fornecendo informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central. Os indícios apontam que houve movimentações irregulares enquanto o BC avaliava uma proposta de aquisição do Banco Master pelo BRB, vetada pelo órgão regulador em março deste ano.
A operação, que visa apurar suspeitas de fraude e gestão fraudulenta, também revelou tentativas de manter a instituição financeira ativa às custas de operações questionáveis enquanto o BC analisava a venda do banco. A investigação continúa, mas Vorcaro já está em liberdade condicional, sob monitoramento eletrônico.
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