Nas últimas semanas, um incêndio florestal que inicialmente parecia pequeno reacendeu preocupações na população de Los Angeles. O incêndio Palisades, que se tornou o mais devastador da história da cidade, levanta questões sérias sobre a atuação do Corpo de Bombeiros de Los Angeles (LAFD) e as decisões tomadas durante esse episódio que resultou na destruição de comunidades inteiras.
Um incêndio que causou destruição
O incêndio, conhecido como Lachman, começou em 1º de janeiro e rapidamente foi controlado. No entanto, apenas cinco dias depois, o Palisades explodiu em proporções catastróficas, impulsionado por ventos de até 160 km/h. O resultado foi a perda trágica de 12 vidas e a destruição de mais de 6.800 estruturas. Denúncias recentes revelaram que os bombeiros foram instruídos a deixar o local do Lachman, apesar das evidências de que o fogo ainda poderia representar uma ameaça, com áreas ainda quentes e fumegantes.
A resposta questionável do LAFD
De acordo com investigações do LA Times, mensagens de texto entre os bombeiros e seus superiores indicam que a decisão de evacuar o local do Lachman foi feita com base na convicção incorreta de que o fogo estava “totalmente extinto”. Isso levou a um questionamento sobre a transparência e a eficácia da resposta do LAFD à emergência. Um ex-conselheiro da cidade de Los Angeles comenta que a situação deve ser vista como um “momento Pearl Harbor” para a cidade, apontando a urgência de garantir que uma situação semelhante não se repita no futuro.
Investigações em andamento
A crescente confusão sobre a resposta do LAFD resultou em um pedido de investigação por parte da prefeita de Los Angeles, Karen Bass. Ela enfatiza que uma análise completa do que ocorreu antes e depois do incêndio Palisades é crucial para reformas necessárias na gestão de emergências da cidade. As alegações de que a ordem de retirada dos bombeiros foi mantida em segredo apenas intensificam a urgência dessas investigações.
Reações da comunidade e especialistas
Os especialistas estão pedindo uma análise independente da resposta ao incêndio, alertando que a falta de transparência e a necessidade de uma melhoria nos sistemas de comunicação e resposta são evidentes. Zev Yaroslavsky, ex-membro do conselho da cidade, sugere que um painel independente deve ser formado para investigar a série de falhas que levaram à catástrofe.
A prefeita Bass, que está em busca de reeleição, nomeou Jamie Moore como novo chefe do LAFD e declarou que ele deve liderar a investigação. Moore, em resposta à crise, expressou seu apoio a uma investigação independente, enfatizando a necessidade de restaurar a confiança na corporação.
O caminho a seguir
Enquanto as comunidades afetadas pelo incêndio commencent a se recuperar, permanecem muitas perguntas sem resposta. Qualquer reforma futura no LAFD deve ser informada por uma análise completa dos eventos que cercaram o incêndio. A combinação de dois departamentos de bombeiros altamente treinados em Los Angeles torna toda a situação ainda mais perplexa, já que a resposta ao incêndio foi criticada por sua inadequação. Todos esperam que as lições aprendidas com essas tragédias sirvam de impulso para mudanças significativas na gestão de emergências da cidade.
O cenário é desolador, mas também uma oportunidade para melhorar e assegurar que a história não se repita. As comunidades estão se unindo para exigir respostas e garantir que, no futuro, o preparo e a resposta a incêndios sejam chamados à frente da agenda das autoridades locais.


