A Casa Branca deve anunciar nesta sexta-feira novas isenções tarifárias para alimentos, em um esforço para conter a alta dos preços enfrentada pelos consumidores nos Estados Unidos, segundo afirmou o representante comercial do país, Jamieson Greer. A medida busca eliminar tarifas de Trump sobre produtos agrícolas não produzidos em quantidade suficiente nos EUA, como café e bananas.
Revisão nas tarifas para produtos agrícolas
As isenções têm como objetivo retirar tarifas recíprocas impostas durante a administração Trump, que elevavam os custos de importação de itens como café, cacau e bananas, principalmente de países do Sudeste Asiático e América do Sul. Greer destacou que este é o momento ideal para liberar alguns desses itens, mirando principalmente o impacto no preço final ao consumidor.
“Quando você olha para o Sudeste Asiático e para a América do Sul, é de lá que vem muita coisa: café, cacau, bananas, esse tipo de produto”, afirmou o representante na Casa Branca. Essas isenções podem contribuir para uma redução de custos nas prateleiras, beneficiando os consumidores americanos.
Negociações comerciais e avanços com o Brasil
Recentemente, o Brasil, maior exportador de café para os EUA, e outros países latino-americanos têm mantido conversas com o governo americano. Uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, realizada ontem em Washington, reforçou a expectativa de uma possível redução das tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros.
Segundo fontes brasileiras, a expectativa é que a alíquota para o café possa ser reduzida de 50% para 10%, chegando ao mínimo estipulado pelo governo Trump. O Brasil responde por cerca de 30% das exportações de café para os Estados Unidos, o que torna a redução especialmente relevante para o setor.
Impacto no preço ao consumidor e contexto político
Essa iniciativa ocorre após a vitória de candidatos democratas em eleições estaduais e locais nos EUA, ressaltando preocupações com o custo de vida. Apesar de Donald Trump e seus altos funcionários rejeitarem as críticas de que suas políticas tarifárias elevaram os preços, o governo reconhece a necessidade de medidas para diminuir a inflação.
“Este é um passo na direção de remodelar o sistema de comércio global de uma forma mais favorável à América”, afirmou Greer. A medida também busca reduzir o déficit comercial com os EUA, que cresceu 341% após o aumento das tarifas, pressionando as exportações brasileiras.
Acordos e efeitos colaterais
Além das negociações com o Brasil, os EUA fecharam acordos com a Argentina, Guatemala, El Salvador e Equador para reduzir tarifas sobre frutas cítricas, carne bovina e café, números considerados positivos para o comércio regional. Greer afirmou que as isenções podem incluir outros itens distintos, como peças de aviões, medicamentos genéricos e minerais estratégicos.
Embora a iniciativa seja vista como uma tentativa de equilibrar o impacto econômico das tarifas, especialistas alertam que o aumento dos custos de alimentos para os consumidores americanos permaneceu um ponto de preocupação, especialmente após o déficit com os EUA ter aumentado significativamente nos últimos meses.


