Na última quinta-feira (13), o governador interino do Tocantins, Laurez Moreira (PSD), anunciou a exoneração de dois secretários de governo: Carlos Humberto Duarte de Lima e Silva, da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços, e Odilon Coelho Lima Júnior, da Secretaria de Parcerias e Investimentos. O ato ocorre em meio a uma série de investigações que têm gerado grande repercussão na política local.
Contexto das exonerações
A decisão de exoneração foi tomada um dia após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizar buscas durante a Operação Nêmeses, que tem como foco possível obstrução de investigações relacionadas à Operação Fames-19. Embora os nomes dos secretários tenham sido mencionados, não constam como investigados. Carlos Humberto se pronunciou sobre sua saída, afirmando que retorna às suas atividades na iniciativa privada.
A Operação Fames-19 investiga o ex-governador Wanderlei Barbosa, que é acusado de desvio de recursos públicos durante a compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. O STJ mencionou que mesmo afastado, Barbosa ainda tinha influência sobre a administração pública e que ele monitorava as ações da atual gestão para se antecipar sobre os pedidos feitos pela Polícia Federal.
Desdobramentos da investigação
O processo de investigação continua a se intensificar, com a Polícia Federal (PF) cumprindo 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins. Entre os investigados, o ex-secretário de Parcerias e Investimentos, Thomas Jefferson Gonçalves, é um nome central. Fontes indicam que ele teria avisado Wanderlei Barbosa sobre a operação horas antes da ação da PF.
Notícias veiculadas revelam que, no dia da operação, os familiares de Barbosa foram flagrados fazendo uma movimentação suspeita na casa de sua sogra, o que levantou ainda mais suspeitas sobre a tentativa de obstrução das investigações. Carros oficiais e policiais militares teriam sido utilizados na retirada de documentos e itens da residência.
A defesa dos ex-secretários
Carlos Humberto Lima, em uma nota oficial, manifestou seu agradecimento pela confiança que lhe foi depositada durante seu tempo no governo e destacou a importância do trabalho realizado à frente da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços. Ele apontou que recebeu diversas iniciativas voltadas para o desenvolvimento econômico do estado, como o Programa de Impulsionamento da Indústria.
Por outro lado, não foi possível fazer contato com Odilon Coelho para obter seu posicionamento. Já Thomas Jefferson Gonçalves, ex-secretário de Parcerias e Investimentos, se defendeu ao afirmar que nunca trabalhou para prejudicar investigações e denunciou tentativas de criminalização de sua atuação profissional.
Implicações políticas e sociais
A exoneração dos secretários e os desdobramentos da Operação Nêmeses sinalizam um clima tenso na política tocantinense, que enfrenta um aumento de investigações sobre corrupção e má gestão. A pressão sobre o governo interino tende a aumentar, à medida que novas informações podem surgir e outras ações da PF podem ser esperadas. Este ambiente pode impactar não só a administração pública, mas também a confiança da população nas instituições governamentais.
As exonerações, somadas às investigações, trazem à tona a necessidade urgente de transparência nas ações do governo e reafirmam a relevância de uma administração responsável e ética, que atenda aos interesses da sociedade.
Conclusão
A exoneração de Carlos Humberto e Odilon Coelho representa mais um capítulo na complexa narrativa política do Tocantins, marcada por investigações de corrupção e a busca por accountability. O futuro dessas investigações e suas implicações políticas permanecem incertos, mas a sociedade aguarda uma resposta clara e eficiente das autoridades responsáveis.
As últimas movimentações políticas no Tocantins devem ser observadas de perto, já que a população exige maior responsabilidade por parte de seus governantes e confiança no sistema que deve protegê-la dos abusos.
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