Brasil, 14 de novembro de 2025
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Coincidências entre o assassinato de Ângela Diniz e Collor

O assassinato de Ângela Diniz, uma figura emblemática da luta contra a violência de gênero, voltou a ser tema de discussão com o lançamento da série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, disponível na plataforma HBO Max e estrelada por Marjorie Estiano. Este crime horrendo, que ocorreu na década de 1970, não só chocou a sociedade da época, mas também provocou uma mudança significativa na maneira como o Brasil lida com questões de feminicídio. Outro aspecto interessante e pouco lembrado é a coincidência histórica que liga a história de Ângela ao impeachment de Fernando Collor de Mello, um dos personagens centrais da política brasileira dos anos 90.

O impacto do caso Ângela Diniz

A história de Ângela não é apenas uma tragédia pessoal, mas representa um marco importante nas discussões sobre a violência de gênero no Brasil. Naquele período, a defesa do réu Doca Street utilizou a controversa tese da “legítima defesa da honra”, algo que provocou revolta em movimentos feministas e na sociedade em geral. Inicialmente, Doca foi condenado a apenas dois anos de prisão, uma pena considerada branda. A forte reação popular e a pressão dos movimentos de mulheres levaram à realização de um novo julgamento, resultando em uma sentença de 15 anos, embora ele tenha cumprido apenas três anos em regime fechado.

A escolha de Evaristo de Moraes Filho como advogado de Collor traz à tona a intersecção entre o caso de Ângela e a política brasileira. Enquanto defendia o ex-presidente, Evaristo tinha um passado controverso como assistente de acusação no julgamento do assassinato de Ângela. Ele recebeu cerca de R$ 500 mil por sua defesa, um valor que muitos consideram irrisório diante da importância do caso.

Onde se passa a série?

A série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” é inspirada no podcast “Praia dos Ossos”, produzido pela Rádio Novelo. A trama revisita a vida de Ângela, uma mulher que desafiou os padrões da época e buscou autonomia e liberdade, características que, infelizmente, se tornaram fatores de sua brutal morte. Ângela foi assassinada pelo seu namorado, Doca Street, que a disparou quatro vezes à queima-roupa.

Casting e produção

O elenco conta com grandes nomes como Antônio Fagundes, que interpreta o renomado advogado e ex-ministro do STF Evandro Lins e Silva, e Camila Márdila como Lulu Prado. Thiago Lacerda também faz parte do elenco, interpretando Ibrahim Sued, enquanto Yara de Novaes assume o papel de Maria Diniz. A direção ficará a cargo de Waddington, que também assina a produção ao lado de Lorena Bondarovsky e Renata Brandão.

A série e seu mercado

O lançamento da série é um reflexo do crescente interesse do público brasileiro por narrativas que abordam questões sociais e políticas. “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” pretende não só contar a história de um assassinato emblemático, mas também provocar reflexões sobre a condição da mulher no Brasil contemporâneo. O enredo traz à luz não apenas os horrores da violência contra as mulheres, mas também uma crítica à forma como a sociedade lida com essas questões e os desdobramentos no campo da justiça.

O assassinato de Ângela Diniz e a coincidente trajetória política de Fernando Collor exemplificam como a história pessoal pode se entrelaçar com eventos nacionais significativos, contribuindo para um entendimento mais profundo da sociedade brasileira. A série chega em um momento oportuno, onde é essencial discutir e discutir a violência de gênero e seu impacto ao longo das décadas.

À medida que o desenrolar da história se apresenta, fica claro que o legado de Ângela Diniz ainda ressoa, fazendo dela não apenas uma vítima, mas uma símbolo da luta feminina. A série, assim, é uma oportunidade para relembrar e reexaminar essa narrativa trágica e suas implicações no Brasil atual.

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