O Flamengo se mostrou insatisfeito com a decisão do STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) sobre o atacante Bruno Henrique. Apesar de o jogador estar liberado para atuar normalmente pela equipe, ele foi condenado a pagar uma multa de R$ 100 mil por suposta manipulação esportiva, uma situação que levantou discussões no âmbito esportivo e jurídico.
O que dizem as autoridades do Flamengo
Após a decisão, Flavio Willeman, vice-presidente do Flamengo, enfatizou a importância da autonomia da Justiça Desportiva no Brasil. Ele elogiou o trabalho do STJD ao tomar decisões sem ceder a pressões externas e reafirmou que a justiça deve ser cumprida, independentemente do resultado considerada a primeira instância.
“Digo que não saio 100% satisfeito com o julgamento, porque o atleta ainda foi punido, mas o recado que eu queria deixar, em nome do Clube de Regatas do Flamengo, é de confiança na Justiça Desportiva brasileira”, declarou Willeman, ressaltando a importância da transparência e rigor no esporte.
O alerta sobre a manipulação no esporte
O dirigente também comentou sobre a necessidade de conscientização dos atletas sobre o fair play e a integridade esportiva. Segundo ele, o Flamengo realiza reuniões regulares com jogadores das diversas categorias para alerta-los sobre os riscos de manipulação de resultados e a seriedade das implicações no mundo das apostas.
“É possível extrair algo positivo desse julgamento: o alerta para que todos os clubes informem cada vez mais os seus atletas. O Flamengo faz isso anualmente, quase duas vezes por ano, em reuniões com jogadores da base e do futebol feminino”, completou Willeman.
Posição do defensor de Bruno Henrique
Michel Assef Filho, advogado que representou Bruno Henrique no caso, também se manifestou sobre o desfecho da situação. Segundo ele, o clube e o atleta não têm motivos para comemorar a decisão resultante do julgamento.
“Não deveríamos nem estar aqui, a verdade é essa. Então, o Flamengo entende que os atletas têm de tomar cuidado, é o que a gente precisa neste mundo de apostas”, afirmou Assef Filho, sublinhando a necessidade de educação dos atletas em relação a este tema.
Diferenças com outros casos de manipulação
O advogado destacou a análise cuidadosa feita pelo STJD ao diferenciar o caso de Bruno Henrique de outros escândalos de manipulação de resultados que abalaram o futebol brasileiro, como a Operação Penalidade Máxima, onde as situações eram mais graves e específicas.
“O que aconteceu aqui foi algo completamente distinto, portanto, não caberia a aplicação dos artigos 243 e 243-A, que têm uma previsão muito específica”, concluiu o advogado, reafirmando que a decisão do STJD foi ponderada e justificada.
Embora o Flamengo tenha conseguido evitar a suspensão do atleta, a multa imposta levantou questões importantes sobre a integridade no futebol brasileiro e a necessidade de constante vigilância e educação sobre as apostas, um tema que cada vez mais se torna relevante na esfera esportiva.
Com isso, o Flamengo continua sua trajetória no campeonato com Bruno Henrique à disposição, mas sob a sombra de um episódio que ressoa como um alerta para o futebol nacional.


