Brasil, 14 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Austrália lança incentivo fiscal para obrigar big techs a remunerar veículos de notícias

Governo australiano propõe taxa de 2,25% sobre a receita das plataformas para incentivar acordos com veículos de imprensa

O governo da Austrália apresentou um projeto de incentivo fiscal que visa pressionar as big techs, como Google e Facebook, a firmarem acordos de remuneração com veículos de notícias locais. A iniciativa é uma evolução do Código de Negociação entre Plataformas Digitais e Empresas de Notícias, criado em 2021, e busca fortalecer o jornalismo de interesse público, especialmente em âmbito regional e local.

Incentivo fiscal para plataformas digitais de notícias na Austrália

Segundo o projeto, plataformas de tecnologia que faturem mais de 250 milhões de dólares australianos (cerca de US$ 165 milhões) ao ano deverão pagar uma taxa de 2,25% sobre sua receita. A medida inclui que esse pagamento possa ser evitado ou reduzido mediante assinatura de acordos comerciais com veículos de mídia, fortalecendo a relação entre plataformas e veículos noticiosos.

Cada dólar pago a produtores de conteúdo poderá gerar uma dedução de até 1,50 dólar em impostos — o que equivale a 150% do valor investido em remuneração. Estas regras buscam estimular a sustentabilidade do mercado de jornalismo na Austrália, garantindo maior remuneração à produção de notícias.

Objetivos e impacto do projeto

O projeto não tem fins arrecadatórios, mas visa criar um incentivo para que plataformas digitais formalizem acordos com veículos de imprensa, ampliando o valor pago ao setor. Para Daniel Mulino, assistente do Tesouro australiano, “o objetivo é estimular a formação de acordos entre plataformas de tecnologia e veículos de mídia, promovendo uma dedução tributária generosa nos casos elegíveis”.

O incentivo alcança plataformas de redes sociais como Facebook, Instagram, e mecanismos de busca como Google, excluindo, contudo, serviços digitais com baixa receita publicitária ou relacionados a aplicativos de mensagens, apostas ou relacionamento, que têm impacto menor no setor de notícias.

Regulação e monitoramento

O governo australiano reforça que a medida não tem caráter arrecadatório e será acompanhada de mecanismos para evitar a concentração de pagamentos em poucos conglomerados de mídia. Para isso, acordos com veículos menores terão deduções mais elevadas, chegando a 170% do gasto com remuneração.

As plataformas deverão informar ao governo o número de acordos firmados, seus valores e os veículos remunerados, garantindo transparência no processo. Os custos com remuneração de conteúdo poderão ser considerados na redução de impostos sobre a receita das plataformas de tecnologia.

Contexto e perspectivas

A iniciativa australiana é uma resposta às críticas globais às práticas das big techs na remuneração por conteúdo jornalístico, especialmente após investigações e processos por abuso de posições dominantes. No primeiro ano, o programa gerou cerca de US$ 165 milhões em acordos comerciais, envolvendo Google, Meta e diversos veículos de comunicação.

Especialistas apontam que a proposta busca um equilíbrio entre a necessidade de regular as plataformas e a preservação de um mercado de notícias sustentável, reforçando a importância de uma regulamentação eficaz que não seja contornada pelas empresas digitais.

Para saber mais, acompanhe a matéria completa neste link.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes