Brasil, 14 de novembro de 2025
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Vereadora Thais Ferreira recebe escolta policial após ameaças

A segurança da vereadora Thais Ferreira (Psol) será reforçada com escolta policial após críticas à megaoperação da PM no Rio.

A vereadora Thais Ferreira, do PSOL, terá a segurança reforçada com escolta policial a partir da próxima semana. A decisão, aprovada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (13), foi tomada em razão das ameaças de morte que a parlamentar vem recebendo desde que criticou a megaoperação realizada pela Polícia Militar no Complexo do Alemão e na Penha.

Medidas emergenciais de proteção

A aprovação das medidas de segurança foi resultado de um esforço conjunto da Presidência da Câmara e da Comissão de Direitos Humanos, motivada pelo aumento do risco e da escalada de ataques contra Thais Ferreira. A eleita solicitou proteção após registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), relatando os ataques racistas e misóginos que sofreu, a partir do dia 28 do mês passado.

“O que enfrento não é apenas contra mim, é contra todas nós. Tivemos um retorno firme e comprometido da presidência da Casa para que possamos exercer o mandato com segurança. Esperamos que os responsáveis sejam identificados e possam responder à justiça”, disse Thais Ferreira em uma declaração.

Ameaças e ataques nas redes sociais

As ameaças contra a vereadora se intensificaram nas redes sociais, onde ela recebeu comentários hostis e violentos. Um usuário do X, antiga plataforma Twitter, chegou a chamá-la de “faccionada” e insinuou que deveria ser torturada e morta. Em um outro caso, uma mensagem enviada através do Facebook declarou que “todos vcs têm que ser executados, lixo refugo”.

Além dos ataques virtuais, Thais Ferreira relatou episódios preocupantes que aconteceram em sua vida cotidiana. Em entrevista ao g1, a parlamentar expressou sua principal preocupação: a segurança de seus filhos. Ela compartilhou que já ouviu ameaças diretas a eles, como alguém dizendo na rua que “o pessoal do Bolsonaro vai matar sua mãe”.

Uma reflexão sobre o racismo e machismo

Thais Ferreira enfatizou que os ataques aos quais está sendo submetida transcendem a simples discordância política. “São ataques à minha existência como mulher negra, mãe e parlamentar. E refletem o quanto o ódio, o racismo e o machismo ainda estruturam a política e as redes sociais no Brasil”, destacou.

Reforço nas investigações e segurança

O pedido de proteção realizado pela vereadora, que é o segundo ofício formal enviado à mesa Diretora em menos de dois meses, descreve que as ameaças se tornaram mais frequentes e envolveram não apenas a ela, mas também seus familiares. A análise de risco anexada ao ofício indica que um dos indivíduos envolvidos nas ameaças está relacionado a grupos neonazistas.

Em resposta ao contexto alarmante, a Câmara tomou diversas medidas emergenciais, que incluem:

  • Escolta fornecida pela Câmara Municipal, em caráter excepcional, até que avancem as investigações e os autores sejam identificados;
  • Um posicionamento público da Mesa Diretora sobre as iniciativas tomadas;
  • Uma solicitação ao Governo do Estado para garantir as prerrogativas parlamentares de Thais Ferreira, incluindo um reforço de segurança;
  • Um pedido formal à DRCI e à Polícia Civil para acelerar as investigações.

A vereadora permanece em seu cargo e continuará exercendo suas funções, mesmo diante da situação desafiadora.

Este caso suscita discussões importantes sobre a segurança de políticos, especialmente aqueles que se posicionam contra práticas de violência e injustiça em nossa sociedade. O Brasil ainda enfrenta barreiras relativas ao respeito e à dignidade de seus representantes, especialmente mulheres que, por sua vez, são frequentemente alvos de ataques de natureza racista e misógina.

Ultimamente, a situação no Rio de Janeiro também se agrava com o aumento de episódios de violência e operações policiais controversas. O estado vivencia atualmente consequências severas, com o número de mortos nas operações policiais subindo para 121, configurando um cenário alarmante que merece atenção de todos nós.

As medidas adotadas para garantir a segurança de Thais Ferreira sinalizam um passo à frente na luta por proteção aos direitos humanos e à dignidade das mulheres e políticos que ousam questionar a violência e o racismo enraizados em nossa sociedade.

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