Brasil, 14 de novembro de 2025
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COP30 em Belém: organizações pedem ação urgente contra desinformação climática

Quase 400 organizações exigem medidas imediatas para combater a desinformação sobre mudanças climáticas durante a COP30.

Com o cenário climático global cada vez mais crítico, a COP30, que acontece em Belém, se tornou um palco para discussões essenciais sobre adaptações climáticas e ações financeiras. Neste contexto, um apelo foi feito por cerca de 400 organizações científicas, sociais e ambientais para que os negociadores tomem medidas urgentes e vinculativas para enfrentar a crescente onda de desinformação sobre o tema.

Os desafios da COP30

Desde o início da conferência, os principais desafios enfrentados incluem a definição de critérios de adaptação para as mudanças climáticas e as discussões sobre o financiamento dos países participantes. A agenda da COP30 possui 145 pontos que estão sendo debatidos de forma construtiva, mesmo diante de complexidades geopolíticas, conforme ressaltou André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

A diretora-executiva Ana Toni destacou que as discussões estão ocorrendo de maneira transparente e dinâmica. Um dos objetivos centrais da conferência é estabelecer uma lista unificada de critérios que ajudem a mediar e monitorar o progresso das ações de adaptação climática. Atualmente, existe uma lista com cerca de cem critérios, mas a obtenção de um consenso tem se mostrado desafiadora.

Entre os aspectos que preocupam os negociadores está a proposta de alguns países africanos em estender as discussões por mais de dois anos, postergando uma decisão final para 2027. Essa movimentação é vista com receio por outros países, que consideram que tal estratégia visa aumentar as metas concretas de adaptação.

Emissões de gases de efeito estufa em alta

Um estudo apresentado na COP30 pelo Global Carbon Project projeta que as emissões globais de gases de efeito estufa devem atingir 38,1 bilhões de toneladas em 2025, estabelecendo um novo recorde que coincide com o décimo aniversário do Acordo de Paris. Apesar das advertências sobre a necessidade urgente de redução das emissões, os dados apontam um crescimento superior a 1% nas emissões de petróleo, gás e carvão em relação a 2024.

O tema central das negociações na COP30 é limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius, essencial para garantir um futuro sustentável, especialmente na Amazônia, um dos ecossistemas mais vulneráveis às mudanças climáticas.

Diante dessa realidade alarmante, as 400 organizações que assinaram um documento — incluindo a Rede Internacional de Ação Climática e WWF — pedem ação imediata contra a desinformação sobre mudanças climáticas, que tem minado a confiança pública e dificultado a implementação de políticas eficazes. A primeira inclusão deste assunto na agenda oficial da conferência representa um passo significativo frente ao cenário desafiador.

Fundo Clima e financiamento verde

O Brasil também fez um importante anúncio durante a COP30, comunicando a captação de mais de € 3,4 bilhões (aproximadamente R$ 21 bilhões) para o Fundo do Clima. O presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, destacou essa ação como uma das maiores iniciativas de financiamento verde no mundo. Os recursos serão utilizados em programas destinados à redução de emissões, proteção da biodiversidade e expansão de energias renováveis.

A flotilha pela Amazônia

A COP30 também foi marcada por uma flotilha com aproximadamente 200 barcos que cruzaram as águas de Belém, em um protesto contra a exploração dos rios da Amazônia e o impacto da agropecuária sobre a floresta. Este evento, que abriu a Cúpula dos Povos Indígenas e Movimentos Sociais, visa ressaltar a força da população local e promover alternativas sustentáveis, como a agroecologia.

Os organizadores consideraram a manifestação como vital para mostrar a união do povo em defesa da Amazônia. Atuações de líderes indígenas e ativistas foram proeminentes, enfatizando a importância de cuidar do ecossistema amazônico frente a projetos governamentais que possam desviar os rios para fins agrícolas.

Um novo sistema de monitoramento florestal

Na COP30, os países amazônicos também anunciaram a criação de um novo sistema conjunto de monitoramento da floresta tropical, a ser coordenado pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e financiado com R$ 55 milhões do Fundo Amazônia. Esse projeto tem como objetivo integrar e unificar os sistemas de observação florestal dos países membros da OTCA, promovendo uma abordagem colaborativa na luta contra o desmatamento e a degradação ambiental.

Com a COP30 em curso, os debates e ações que surgem neste espaço devem contribuir significativamente para moldar o futuro do combate às mudanças climáticas e à proteção de um dos ecossistemas mais vitais do planeta.

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