A proliferação de aguapés no rio Poti se torna uma preocupação anual para a comunidade local e especialistas. Nos últimos meses, cerca de 2 km do rio, entre a Ponte da Primavera e a curva do Zoobotânico, ficaram totalmente cobertos por essa vegetação aquática. Essa situação não afeta apenas a estética do ambiente, mas também representa um sério desafio para a fauna aquática e para os pescadores que dependem do rio para sua sobrevivência.
Impactos da cobertura de aguapés
A presença dos aguapés no rio Poti sinaliza um elevado índice de matéria orgânica na água, o que gera uma série de consequências negativas. De acordo com Guilherme Rodrigues, especialista em recursos hídricos, essa camada densa de macrófitas dificulta a respiração dos peixes e compromete a saúde do ecossistema aquático. “Essa camada de macrófitas impede as trocas gasosas. O oxigênio da atmosfera não consegue chegar à água, prejudicando peixes e microrganismos”, explica Rodrigues.
Ações da Prefeitura de Teresina
A Prefeitura de Teresina, em resposta a esse problema, realiza a remoção dos aguapés, porém essa é apenas uma medida paliativa. O principal problema que leva à proliferação dessas plantas aquáticas é o despejo irregular de rejeitos e esgoto no rio. Em um esforço para mitigar essa questão, estão sendo promovidas campanhas de conscientização para aumentar a conexão das residências à rede de esgoto, a fim de reduzir a poluição do rio.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, B. Sá Filho, essa ação é feita em colaboração com a concessionária Águas de Teresina. “Nós da Semam estamos nessa ação com a Águas de Teresina e as SDUs para fazer essa ação paliativa, amenizando e dando um espaço apropriado para que o rio continue existindo e possibilitando que os pescadores mantenham suas atividades”, afirmou Sá Filho.
Meta de saneamento até 2033
Atualmente, apenas 59% das residências de Teresina estão conectadas à rede de esgoto, e a meta estabelecida é ultrapassar os 90% até 2033. Este avanço é crucial para a saúde do rio Poti e para garantir a atividade pesqueira na região. Carolina Serafim, diretora-presidente da Águas de Teresina, ressalta a importância da ligação à rede de esgoto: “Quando você liga seu imóvel à rede, ajuda a reduzir os aguapés e mantém o trabalho dos pescadores”, destaca.
Considerações finais
A proliferação de aguapés no rio Poti não é apenas uma questão estética; trata-se da saúde de um ecossistema fundamental e da subsistência de muitas famílias que dependem da pesca. As medidas tomadas pela Prefeitura de Teresina e pela Águas de Teresina são passos importantes, mas ainda é necessário um esforço conjunto da população para reduzir os impactos do lixo e do esgoto no rio. A preservação do rio Poti é um desafio que requer a colaboração de todos os cidadãos, a fim de garantir um futuro mais saudável para o meio ambiente e para a comunidade local.



