Brasil, 14 de novembro de 2025
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Brasil amplia exportações para China e Argentina após tarifa dos EUA

A elevação da tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros impulsionou as exportações para China e Argentina, conforme informe do Ministério da Fazenda.

A recente alteração na tarifa de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que passou de 10% para 50%, trouxe consequências inesperadas para o comércio exterior do Brasil. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (15/11), o aumento das tarifas motivou um aumento significativo nas exportações do Brasil para a China e a Argentina, ao mesmo tempo em que provocou uma queda nas vendas para os americanos.

Cenário das exportações

O ministério analisou dados coletados entre agosto e outubro, comparando a performance das exportações brasileiras nesse período após a entrada em vigor da tarifa elevada em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado foi alarmante para os Estados Unidos, que viram uma queda nas importações brasileiras de petróleo bruto, que despencaram em 30,3%, o que representa cerca de US$ 404 milhões a menos nas exportações.

Não foram apenas os produtos de petróleo que foram afetados. Outros setores também registraram diminuições significativas nas exportações para os EUA: a carne bovina congelada teve uma queda de 60,5%, a celulose de eucalipto de 33% e o ferro bruto de 27,8%. O cenário é ainda mais grave para o açúcar de cana refinado, cujas exportações praticamente cessaram, registrando uma retração de 91,6%.

China e Argentina como aliados comerciais

Por outro lado, as exportações para a China e a Argentina não apenas se mantiveram, mas cresceram de forma substancial. O Brasil conseguiu aumentar suas vendas para a China em 25,7% e para a Argentina em 22%, o que se traduziu em um incremento total de US$ 6,5 bilhões nas exportações. Este crescimento ressignificou os laços comerciais com esses países, que têm se mostrado fundamentais para mitigar os impactos negativos das tarifas impostas pelos EUA.

Produtos em destaque

As mercadorias que mais contribuíram para o aumento nas exportações para a China incluem soja, carne bovina, petróleo e minério de ferro. Já para a Argentina, os principais produtos foram automóveis, caminhões, energia e veículos leves. Essa diversificação nos mercados é um sinal positivo para a economia brasileira.

Plano Brasil Soberano e medidas de apoio

Reconhecendo os desafios impostos pelo tarifaço norte-americano, o governo brasileiro lançou o Plano Brasil Soberano, uma iniciativa destinada a apoiar as empresas mais afetadas. O ministério reportou que foram realizadas 517 operações de crédito, totalizando R$ 7,1 bilhões até o início de novembro deste ano. Essa quantia é uma parte do total de R$ 40 bilhões disponibilizados via BNDES para auxiliar empreendedores e exportadores.

Desses R$ 7,1 bilhões, R$ 4 bilhões foram destinados a capital de giro para diversificação de mercado e R$ 3,1 bilhões para capital de giro tradicional, beneficiando 126 grandes empresas e 391 micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

Ajustes nas regras do plano

Na busca por ampliar o alcance do Plano Brasil Soberano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma resolução que modifica as regras das linhas emergenciais. As alterações visam incluir fornecedores das empresas exportadoras entre os beneficiários das linhas de crédito, permitindo que os fornecedores com pelo menos 1% do faturamento, originado de fornecimentos para exportadores afetados, também se beneficiem.

Essas mudanças buscam melhorar as condições financeiras das empresas e fortalecer a economia nacional frente aos desafios impostos por políticas comerciais externas.

Os desdobramentos da elevação das tarifas de importação pelos Estados Unidos demonstram a volatilidade do comércio internacional e a importância da diversificação de mercados. O Brasil parece estar encontrando novas oportunidades em seus relacionamentos comerciais, com a China e a Argentina se posicionando como aliados estratégicos em momentos difíceis.

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