O Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou uma auditoria presencial nos Correios para investigar possíveis irregularidades administrativas, financeiras, operacionais e institucionais na gestão da empresa nos últimos anos. A ação atende a uma solicitação da Comissão de Transparência do Senado, diante da pior crise já enfrentada pela estatal.
Detalhes da auditoria e escopo das investigações
Segundo documento obtido pelo GLOBO, a inspeção deverá durar até o final de novembro e envolverá uma análise aprofundada de uma série de possíveis irregularidades destacadas na representação do Senado. Entre os pontos de investigação estão atrasos no repasse ao Postal Saúde, pagamento a fornecedores, doações não entregues ao Rio Grande do Sul e transporte de baterias de lítio em possível desacordo com as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Questões financeiras e contratos sob análise
Outro foco da auditoria envolve contratos de confissão de dívida, como o compromisso dos Correios de transferir R$ 7,6 bilhões ao Postalis, fundo de pensão dos seus funcionários, para cobrir parte do rombo na aposentadoria. Além disso, o tribunal investiga atrasos na divulgação do balanço do último ano e alterações nas informações financeiras deixadas pela gestão do governo Jair Bolsonaro.
Despesas e interesses na gestão
A auditoria também irá examinar o aumento de gastos com patrocínios em 2022 a 2024, despesas com serviços advocatícios e possíveis conflitos de interesse envolvendo a administração da estatal.
Importância da fiscalização in loco
De acordo com a unidade técnica do TCU, a fiscalização será realizada presencialmente “[diante da relevância do objeto](https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/11/12/tcu-faz-auditoria-presencial-nos-correios-para-apurar-possiveis-irregularidades-na-gestao.ghtml)” para garantir uma análise detalhada e minuciosa, incluindo verificação de documentos, processos e do ambiente físico da empresa.
Contexto atual dos Correios e próximos passos
Recentemente, os Correios apresentaram um plano de reestruturação ao tribunal, enquanto tentam negociar um empréstimo de R$ 20 bilhões com aval da União, para preservar suas operações diante da crise. A discussão sobre o tema deve ocorrer na próxima sessão do plenário do TCU nesta quarta-feira.
A auditoria deve fornecer subsídios essenciais para possíveis ações futuras, além de contribuir para aumentar a transparência na gestão da estatal em um momento de instabilidade.


