Brasil, 12 de novembro de 2025
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Governo solicita alterações em quatro pontos do projeto antifacção

A ministra Gleisi Hoffmann destaca a importância de ajustes em aspectos cruciais do projeto antifacção.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, se reuniu nesta quarta-feira com representantes do Ministério da Justiça e da Casa Civil para debater o projeto antifacção, ressaltando que ainda há quatro pontos que precisam de revisão pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP). O foco das discussões foi definido como “estruturante” e essencial para a plena eficácia da norma.

Reunião para avaliar os pontos críticos do projeto

No encontro realizado pela manhã, os representantes analisaram o parecer apresentado na noite anterior pelo secretário licenciado de Segurança de São Paulo. Gleisi enfatizou que o Ministério da Justiça continua a avaliação minuciosa de cada um dos pontos controversos. “A gente focou naquilo que é estruturante e que pode realmente tornar a lei totalmente ineficaz”, afirmou. A ministra mencionou que, embora existam outros aspectos discutíveis, os quatro pontos que precisam ser ajustados são considerados “praticamente inegociáveis” e, se mantidos, desconfigurariam o projeto.

Ela também comentou sobre a complexidade da matéria, sugerindo que seria prudente ter mais tempo para debates que possam arredondar todos os pontos criticados.

Quatro pontos do projeto que governo quer retirar do texto

  1. Sobreposição de leis: O novo parecer de Derrite introduz uma nova legislação para organizações criminosas sem alterar a anterior, resultando em uma sobreposição que, segundo o Ministério da Justiça, pode permitir que advogados de criminosos utilizem a lei da forma mais benéfica para seus clientes. Isso seria um erro de técnica legislativa que pode gerar confusão e ineficácia nas punições.
  2. Risco de perda de recursos pela PF: O novo parecer sugere que os recursos oriundos de apreensões de bens tenham uma destinação genérica para fundos estaduais ou distritais de Segurança Pública. O entendimento do Ministério da Justiça é que, quando a investigação e julgamento ocorrem em uma esfera federal, os valores devem retornar para o Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-fim da Polícia Federal (Funapol) e para o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). A omissão dessa destinação para os fundos federais pode levar a uma descapitalização, prejudicando as operações da Polícia Federal e o funcionamento dos presídios federais.
  3. Tipificação penal: O Ministério se opõe à criação da tipificação penal “organização criminosa qualificada”, que prevê penas de oito a 15 anos para grupos que tentem controlar territórios e atividades econômicas por meio de violência ou ameaça. Esse aspecto é visto como central para o projeto, pois visa punir facções e milícias. Além disso, o texto propõe a tipificação também da participação de indivíduos em facções, mesmo que não ocupem funções de liderança.
  4. Confisco de bens: Outra crítica do governo refere-se ao novo parecer que determina que o confisco de bens de integrantes de organizações criminosas só pode ocorrer ao final da ação judicial. Na proposta original, essa medida poderia ser aplicada de forma anterior, o que consideram mais eficaz para combater o crime organizado.

As discussões em torno do projeto antifacção e suas revisões são essenciais para o fortalecimento do combate ao crime organizado no Brasil. Os próximos passos e as negociações em torno dos ajustes solicitados pelo governo poderão impactar diretamente a implementação e eficácia da lei na prática.

O projeto continua a ser um tema polêmico e de vital importância na agenda legislativa, enquanto o governo busca garantir que as medidas adotadas sejam efetivas e adequadas à realidade das questões enfrentadas pelos órgãos de segurança pública e pelo sistema penal.

As expectativas permanecem altas em relação às mudanças que serão feitas, com o objetivo de fortalecer o combate ao crime organizado e melhorar a segurança da população.

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