Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Gilmar Mendes suspende julgamento que pode libertar ex-diretor da Petrobras

Ministro do STF pede destaque e interrompe análise de recurso de Renato Duque, condenado por corrupção na Lava-Jato.

Na manhã desta segunda-feira, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), surpreendeu ao pedir destaque e suspender o julgamento de um recurso que poderia resultar na soltura do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. Duque, que já acumula mais de 39 anos de prisão por sua participação em diversos esquemas de corrupção investigados na Operação Lava-Jato, permanece sob custódia enquanto o processo se desenrola.

A suspensão do julgamento

O julgamento ocorria no plenário virtual da Segunda Turma do STF e estava prestes a ser finalizado, com o voto do ministro Luiz Fux ainda pendente. Com o pedido de destaque de Gilmar, o caso será deslocado para um julgamento presencial, cuja data ainda não foi definida. Essa manobra evidencia a importância e a complexidade em torno do caso, que atrai atenção substancial nas esferas política e jurídica do país.

Revisão do relator

Na semana passada, o relator do caso, ministro Dias Toffoli, alterou seu entendimento e começou a advogar pela soltura de Duque. Ele argumentou que o ex-diretor havia sido submetido a “procedimentos ilegais, abusivos e corrosivos das garantias do devido processo legal, do juiz natural e da imparcialidade exigida em todo e qualquer julgamento”. Essa mudança de posição de Toffoli gerou controvérsia e indica um potencial esvaziamento das acusações que levam à sua condenação.

Divergência entre ministros

A análise do caso de Duque foi marcada por opiniões divergentes entre os ministros. O ministro Nunes Marques foi o primeiro a levantar uma divergência, afirmando que não haveria correlação entre o caso de Duque e decisões anteriores do STF que reconheceram a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, que atuou em muitos dos processos da Lava-Jato. O ministro André Mendonça também apoiou essa perspectiva antes da suspensão pelo ministro Gilmar Mendes. A posição dos ministros revela a complexidade do debate ético e jurídico que envolve o uso do poder judiciário na política brasileira.

A condenação de Renato Duque

Renato Duque foi preso em agosto de 2024 e desde então permanece em regime fechado. Ele foi julgado e condenado em quatro processos diferentes, somando um total de mais de 39 anos de pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sua condenação está relacionada a um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil, que envolveu bilhões de reais em desvios de dinheiro, principalmente em contratações da Petrobras.

Implicações do julgamento

A decisão de suspender o julgamento pode ter sérias repercussões não apenas para Duque, mas também para a percepção pública sobre a integridade do sistema judiciário. A Operação Lava-Jato foi um marco na luta contra a corrupção no Brasil, e sua legitimidade é frequentemente analisada à luz de decisões judiciais que questionam a imparcialidade e a legalidade dos processos. Se o STF decidir pela libertação do ex-diretor, pode abrir precedentes significativos para outros condenados no âmbito da Lava-Jato, gerando um debate intenso sobre justiça e transparência.

Próximos passos

Agora, com o julgamento suspenso, o STF deverá agendar uma nova data para o julgamento presencial, onde os ministros discutirão e votarão sobre o destino de Renato Duque. A expectativa é alta, e as próximas etapas continuarão a ser acompanhadas de perto pela sociedade, que anseia por respostas sobre a corrupção que devastou instituições brasileiras.

O desenrolar desse caso poderá influenciar não apenas o futuro de outros réus da Lava-Jato, mas também a confiança pública nas instituições jurídicas do Brasil. A prazo, será essencial observar como o sistema legal lida com os desafios do contexto político atual e como a opinião pública reagirá ao desdobramento desse julgamento que promete ser histórico.

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