Brasil, 14 de novembro de 2025
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A China lidera a corrida tecnológica global em sensoriamento remoto

A pesquisa aponta que a China dominou 47% da produção de artigos sobre sensoriamento remoto entre 2021 e 2023, enquanto os EUA caíram para apenas 9%.

A corrida por tecnologias emergentes, especialmente no campo do sensoriamento remoto, está se intensificando, com a China emergindo como líder indiscutível e ameaçando a hegemonia dos Estados Unidos. Um estudo recente da Universidade de Nova York revela mudanças alarmantes nos padrões de pesquisa e financiamento nesta área crítica, que abrange tecnologias que vão desde veículos autônomos até satélites de clima.

O crescimento exponencial de China no sensoriamento remoto

O sensoriamento remoto, que envolve a coleta de informações sem contato físico, é vital para o desenvolvimento de várias tecnologias, incluindo carros autônomos e sistemas de realidade aumentada. O mercado neste setor foi avaliado em aproximadamente 452 bilhões de dólares em 2022 e deve chegar a 1,44 trilhões de dólares até 2030. No entanto, o estudo aponta que o controle dessa pesquisa está rapidamente se consolidando nas mãos da China.

Ao analisar mais de 126 mil artigos acadêmicos revisados por pares publicados entre 1961 e 2023, os pesquisadores descobriram que, entre 2021 e 2023, a China produziu 47% de toda a pesquisa em sensoriamento remoto no mundo. Em contraste, a contribuição dos EUA caiu para apenas 9%, uma queda dramática em comparação com décadas anteriores, quando os EUA lideravam a área com mais de 80% de publicações.

O colapso da dominância americana em uma geração

De 1961 a 1970, os Estados Unidos eram responsáveis por 88% de todas as publicações sobre sensoriamento remoto. Porém, essa liderança começou a quebrar nas décadas seguintes. Entre 2001 e 2010, a participação dos EUA foi reduzida a 36% e, na década seguinte, caiu para 21%. O período de 2021 a 2023 mostrou uma mudança drástica, com os pesquisadores chineses contribuindo com mais de cinco vezes o número de artigos em comparação com seus colegas americanos.

Os padrões de financiamento reforçam essa tendência. A NASA, que anteriormente era uma das principais fontes de financiamento para pesquisa em sensoriamento remoto, foi mencionada como financiadora em apenas 5% dos artigos entre 2021 e 2023. Em contraste, organizações de financiamento chinesas foram reconhecidas em 54% das publicações.

A estratégia de financiamento da China: resultados tangíveis

A ascensão da China no campo do sensoriamento remoto não foi acidental. Programas como o Programa Nacional de Pesquisa Básica, também conhecido como Programa 973, direcionaram investimentos especificamente para essa área. A correlação entre o número de agências de financiamento e a produção de pesquisas é muito forte, especialmente na China.

Dados mostram que durante 2000-2011, a China registrou mais de um quarto de todas as patentes relacionadas a “sensoriamento remoto”, apesar de ter apresentado apenas menos de 6% do total de patentes nesse período. Essa abordagem focada em propriedade intelectual segue em ascensão, com entidades chinesas respondendo por 62% de todas as patentes de sensoriamento remoto entre os principais 19 depositantes de patentes de 2021 a 2023.

Convergência do sensoriamento remoto com inteligência artificial

Nos últimos anos, as prioridades de pesquisa mudaram. A partir de 2015, houve um aumento significativo no uso de terminologias relacionadas a aprendizado de máquina e inteligência artificial em artigos e publicações sobre sensoriamento remoto, refletindo uma fusão crítica entre essas tecnologias. Essa convergência é de grande importância, pois os dados de sensoriamento remoto estão cada vez mais sendo usados para treinar algoritmos em sistemas de navegação autônoma e aplicações de realidade aumentada.

Neste contexto, estudar a produção acadêmica, o financiamento e a propriedade intelectual se torna crucial para entender como essas tecnologias evoluirão e quem deterá os direitos sobre seu uso comercial. Embora os pesquisadores e instituições dos EUA continuem produzindo trabalhos influentes, a questão é saber como essa mudança na dinâmica de pesquisa afetará a competitividade americana no cenário tecnológico global.


Essa mudança de cenário no campo do sensoriamento remoto destaca a importância de repensar estratégias de investimento e inovação. À medida que a China continua a expandir seu domínio, será vital para outras nações reavaliarem suas prioridades e abordagens em tecnologias emergentes para garantir uma posição competitiva no futuro.

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